69 C - De borboletas e brasas

No princípio,

na sementeira e

flor do amor

o amor ainda era amor,

mal a imaginava,

sentia

bandos de borboletas

No outono

e morte

do amor,

Quando o amor já não era amor,

ao saber que a não veria mais;

na amargura azeda

e dolorida

da dor

sentia

cascatas ardentes

agora,

no enterro do que foi

passado o luto

resta

um calmo

sossego

e um leve espanto:

como foi possível o encanto?

Encantei-me.

Como foi possível o desencanto?

Desencantei-me.

E espantei-me a ponto de me dizer:

se a vir,

não a vejo.

Nem a sinto.

Mário Moura

22 de Junho de 2012

Ribeira Grande

Mário Moura
Enviado por Mário Moura em 16/08/2012
Reeditado em 17/08/2012
Código do texto: T3832987
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