AS ROSAS DE CARTOLA
Angenor de Oliveira, nasceu em 1908 , no Rio de Janeiro. O compositor Cartola, teve três mulheres importantes em sua vida. Deolinda, sua vizinha, foi a primeira. Sete anos mais velha, cuidava de Cartola quando este ficou doente, aos dezoito anos. Deolinda era casada e tinha uma filha de dois anos. Os dois acabaram se envolvendo e ela não voltou mais para casa do marido. Ao seu lado, Cartola viveu uma vida tranqüila. Aos trinta e oito anos Cartola ficou com a saúde seriamente abalada. Bebida, doença venérea e meningite, era o que se especulava nos becos do morro da Mangueira. Deolinda esteve ao seu lado até que ela morreu do coração aos quarenta e cinco anos.
A segunda mulher foi a causa do sumiço dele a ponto de as pessoas acharem que ele tivesse morrido, o nome dela era Donária, uma mulata gorda, metida com vários homens, até contraventores. Na época em que viveu com Donária, Cartola largou a Mangueira e mudou-se com ela para Nilópolis e depois Caju. Foi a época em que mais bebeu, dois litros de cachaça por dia, e que menos cuidava de si, abandonando inclusive o, até então, inseparável violão. Foram sete anos sem dar notícias, até samba em sua homenagem fizeram. Donária voltou para Nilópolis deixando o compositor abandonado e completamente decadente.
Dona Zica, que seria a terceira mulher do compositor, reencontrou-o na favela, no Caju, separado de Donária e sozinho. Eles se conheciam desde a infância, mas não se davam. Dona Zica era cunhada de Carlos Cachaça, grande companheiro de Cartola. Eles começaram a se envolver e ela começou a trazê-lo de volta para a vida e para a música. Foi ela quem o trouxe de volta à Mangueira.
Casaram-se doze anos mais tarde. Dona Zica foi fundamental para a reestruturação da vida e da carreira de Cartola. Na época em que estavam juntos, Cartola compôs “As Rosas Não Falam”. Ficaram juntos até a morte de Cartola, aos setenta e dois anos.