Num sábado, à tarde, quase quatro horas, Marcão veio me visitar, no sítio, com a esposa e o filho de seis anos, o Juninho. É bom dizer que o Marcão, já com os seus trinta e dois anos, mudara para São Paulo, capital, se fez importante por lá. Enricou. E morava no centro de São Paulo, naquela selva. Pois bem. O Brenin, o Zeninho e a Lu, num instante, poder próprio das crianças, se fizeram amigo do garoto e o levaram para o quintal, o mundo deles. Cláudia, inteligente, educada, simpática, achava incrível eu criar, sozinho, os meninos. O meu amigo relembrava o Colégio Arnaldo.

__ Lembra quando colamos na prova de Química e o plano que bolamos?

Foi o seguinte. O Geraldo, o Gê Boy, combinou com a namorada, que morava num prédio defronte a janela da nossa sala de aula, que ela deveria andar nua, da sala para o quarto, entre 21 e 22 horas, no horário da prova. Num deu outra. Na hora combinada alguém deu o grito, apontou a peladona, todo mundo na janela, até o Pedro, o professor, que ganhou até binóculo. Foi incrível. O Pedro coladão na mina e nós colando a prova toda.

__ E naquele dia...

A conversa rolava. Ríamos. Cerveja. Alegria. Afinal,quase doze anos sem ver o Marcão, amigo de fé. De repente, o Junior vem gritando, correndo, quase sem fôlego.

__ Paaaiii... mâââe... vem ver... vem ver... tá cheio de Knorr lá embaixo... e tudo vivo... legal... vem ver...Olhei rindo para o Marcão. Meio sem jeito e de mãos dadas com o filho e descendo para o quintal, com a Cláudia, justificou:

__ Apartamento, Beto... apartamento...