CRÔNICA – Esportes – O vergonhoso quadro de medalhas do Brasil nas Olimpíadas de Londres em 2012
 

CRÔNICA – Esportes – O vergonhoso quadro de medalhas do Brasil nas Olimpíadas de 2012 em Londres – 15.08.2012
 

          Se formos comparar a extensão territorial do nosso país e a sua população com o restante do mundo, claro que, de cara teríamos uma das maiores decepções com esse frágil desempenho de nossos atletas nessa competição internacional, que movimenta quase todas as modalidades esportivas praticadas no planeta. Eu até ousaria dizer que discordo de algumas que foram impostas por determinados países, isso ao notarem que seriam imbatíveis naquelas que indicaram.
 
          Entendo que a participação nacional foi pífia, desmoralizante, humilhante e vergonhosa, até mesmo no futebol, levando-se em consideração que a mídia brasileira sempre teve o país como a nata do esporte bretão (como era chamado antigamente), a maior potência nessa modalidade, e somente nos últimos tempos é que a ficha está caindo e alguns já admitem que já não sejamos mais os mesmos. A imprensa do sul do país, notadamente no eixo Rio-São Paulo, é a mais prodigiosa nessa questão de que somos os melhores do mundo. Já estamos sendo fregueses do México, e essa é a quinta ou sexta vez que eles nos derrotam em competições futebolísticas.
 
          No quadro abaixo, que retiramos da INTERNET, pode-se constatar que ficamos abaixo de países sem qualquer expressão socioeconômica e cultural. A colocação é feita tomando-se como base o nº de medalhas de ouro conquistadas, que tem o maior peso, embutindo-se às de prata e bronze no total, mas essas têm influiência muito menor ou quase nenhuma. Eu até nem posso afirmar que essas medalhas em ouro sejam verdadeiras, eis que uma delas chegou a partir-se quando um atleta com ela tomava banho. Ora, sendo o ouro um metal nobre e dos mais fortes não é de justificar-se tal ocorrência. Chego até a imaginar que mandaram confeccioná-las em território brasileiro, onde tudo é possível.
 
          Foi mesmo no futebol a nossa maior tristeza, tanto no masculino como no feminino. Mas todos os brasileiros, com exceção daqueles  excêntricos, já sabiam disso. No feminino dependíamos da grande atleta Marta, eleita cinco vezes como a maior do mundo; no masculino a salvação era a dupla Ganso-Neymar, sendo que o primeiro ficou na reserva, e o segundo foi apenas ficção, parecia um “pinto molhado” de cabelo arrepiado, talvez se lembrando dos milhões que fatura mensalmente, não tudo com o futebol, mas com as propagandas, e o chamado direito de imagem, este em conjunto com o seu clube, sim porque a cada dia sobe o número de empresas que o contratam, através do seu empresário (até bem pouco era o Ronaldo Fenômeno), mas segundo se comenta passou para a responsabilidade do multimilionário Eike Batista. Pois é, ele não está nem doido de arriscar uma contusão, porquanto isso lhe traria prejuízos, pois no estaleiro ninguém o desejaria como propagandista. O direito de imagem é uma maneira de ludibriar o Imposto de Renda, enquanto que o assalariado não tem escapatória, é ferrado logo na fonte.
 
          Alguns poderiam dizer que estou com inveja desse bom jogador (não o melhor do mundo, pelo menos no momento), mas claro que sim, pois faturar R$ 3,5 milhões mensais (R$ 116 mil por dia) não é pra todo mundo, e, além disso, numa atividade que se encaixa perfeitamente no rol dos analfabetos. Conheço gente que trabalha muito, produz para o bem do país, mas nunca chegou a perceber mensalmente nem mesmo esse valor diário dentro de um ano, salvo em sendo político.
 
          O esporte coletivo não pode depender apenas de um ou dois atletas, até porque o próprio nome já diz que é em grupo; é preciso saber que do outro lado tem os adversários tão íntegros como os nossos, que merecem ser respeitados.

          Perdemos também no que o povo tinha certeza de que sairíamos vitoriosos, qual seja o voleibol masculino, quando enfiamos dois sets a zero na Rússia e fomos dominados depois disso, numa virada de 2 x 3, vergonhosa até na desculpa  das estrelas (Depois que o treinador russo trocou a posição do gigante Dmitriy Muserkiy, nosso time não mais acertou, etc., etc., etc.), como se os russos estivessem com sete atletas e o nosso time com apenas seis.
 
          O leitor quer desculpa mais triste do que aquela em que nossa saltadora falou que a ventania estava forte e por isso não pôde ganhar o troféu; ou que, segundo outro atleta, com o meu tornozelo machucado não haveria como ganhar a disputa. Viram a decepção do Cielo na natação, ele que fora apontado como favorito em quase todas as disputas?
 
          Detalhe que não passa despercebido é que o treinador Ney Franco, hoje no São Paulo, foi o preparador daqueles jovens para as Olimpíadas, e na hora em que estavam em ponto de bala meteram o Mano Menezes em seu lugar, nem ao menos o levando como auxiliar técnico! Quando se quer sozinho os loiros da vitória termina dando “zebra”. E agora estão dizendo que o teste final do Mano será o amistoso de hoje contra a seleção  da Suécia (acho até que o titular dos direitos de venda dos nossos jogos, que fora contratado pelo Ricardo Teixeira, vendeu essa partida na certeza de que seria campeão olímpico, e aí a grana deve ter aumentado).
 
          Bem, essa crônica está ficando grande e eu não quero cansar os leitores, mas apenas gostaria de encerrar, mandando minhas críticas ao e-mail que a senhora presidente Dilma enviou à delegação, dando conta de seus parabéns pelo desempenho olímpico de todos. Que vergonha! Mas também um conselho salutar, qual seja que ela mande imediatamente fazer uma auditoria na CBF, no COB e nas demais confederações nacionais para se saber exatamente como foram gastas as verbas altíssimas que o país disponibilizou para essas entidades.
 

Fico por aqui...em revisão.
 
 
 
Países Ouro Prata Bronze Total
           
1 Estados Unidos 46 29 29 104
2 China 38 27 22 87
3 Grã-Bretanha 29 17 19 65
4 Rússia 24 25 33 82
5 Coreia do Sul 13 8 7 28
6 Alemanha 11 19 14 44
7 França 11 11 12 34
8 Itália 8 9 11 28
9 Hungria 8 4 5 17
10 Austrália 7 16 12 35
11 Japão 7 14 17 38
12 Cazaquistão 7 1 5 13
13 Holanda 6 6 8 20
14 Ucrânia 6 5 9 20
15 Cuba 5 3 6 14
16 Nova Zelândia 5 3 5 13
17 Irã 4 5 3 12
18 Jamaica 4 4 4 12
19 República Tcheca 4 3 3 10
20 Coreia do Norte 4 0 2 6
21 Espanha 3 10 4 17
22 Brasil 3 5 9 17
23 Bielorrússia 3 5 5 13
24 África do Sul 3 2 1 6
25 Etiópia 3 1 3 7
26 Croácia 3 1 2 6
27 Romênia 2 5 2 9
28 Quênia 2 4 5 11
29 Dinamarca 2 4 3 9
30 Azerbaijão 2 2 6 10
  Polônia 2 2 6 10
32 Turquia 2 2 1 5
33 Suíça 2 2 0 4
34 Lituânia 2 1 2 5
35 Noruega 2 1 1 4
36 Canadá 1 5 12 18
37 Suécia 1 4 3 8
38 Colômbia 1 3 4 8
39 Geórgia 1 3 3 7
  México 1 3 3 7
41 Irlanda 1 1 3 5
42 Argentina 1 1 2 4
  Eslovênia 1 1 2 4
  Sérvia 1 1 2 4
45 Tunísia 1 1 1 3
46 República Dominicana 1 1 0 2
47 Trinidad e Tobago 1 0 3 4
  Uzbequistão 1 0 3 4
49 Letônia 1 0 1 2
50 Argélia 1 0 0 1
  Bahamas 1 0 0 1
  Granada 1 0 0 1
  Uganda 1 0 0 1
  Venezuela 1 0 0 1
55 Índia 0 2 4 6
56 Mongólia 0 2 3 5
57 Tailândia 0 2 1 3
58 Egito 0 2 0 2
59 Eslováquia 0 1 3 4
60 Armênia 0 1 2 3
  Bélgica 0 1 2 3
  Finlândia 0 1 2 3
63 Bulgária 0 1 1 2
  Estônia 0 1 1 2
  Indonésia 0 1 1 2
  Malásia 0 1 1 2
  Porto Rico 0 1 1 2
  Taiwan 0 1 1 2
69 Botsuana 0 1 0 1
  Chipre 0 1 0 1
  Gabão 0 1 0 1
  Guatemala 0 1 0 1
  Montenegro 0 1 0 1
  Portugal 0 1 0 1
75 Cingapura 0 0 2 2
  Grécia 0 0 2 2
  Moldávia 0 0 2 2
  Qatar 0 0 2 2
79 Afeganistão 0 0 1 1
  Arábia Saudita 0 0 1 1
  Bahrein 0 0 1 1
  Hong Kong 0 0 1 1
  Kuwait 0 0 1 1
  Marrocos 0 0 1 1
  Tadjiquistão 0 0 1 1
           
 
Ansilgus
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Enviado por ansilgus em 15/08/2012
Reeditado em 15/08/2012
Código do texto: T3831596
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