COPIAR DOS OUTROS....

UM EMAIL RESPONDIDO.

"Sou um viciado em arte, um pequeno colecionador. Se viajei muito e viajo é motivado pela arte. Gosto imensamente de pintura, mas a estatuária é meu forte. Consegui agora, em maio, “O BEIJO” de Rodin, a bom preço, lógico, cópia.

Se pudesse e as circunstâncias (família e todo o resto) permitissem morava em Florença, ou seja, no berço do renascimento onde se tropeça em arte nas ruas, e estaria a um passo de tudo na Europa, como a Roma de Bernini.

Nada como Van Gogh que você manda como admirador de Millet e seu copista. Van Gogh, principalmente sua tela, "CIPRESTE NO TRIGAL", encontrável no Metropolitan, em Nova Iorque, é inigualável. Fico sentado em frente por muito tempo, admirando. Caravaggio, Vermeer e tantos outros mestres da sombra e da luz, o decantado Monet e toda a leva impressionista, os "pompiers" e a arte oficial figurada, a enciclopédica pintura sacra em Uffizi e nos “quilométricos” museus do Vaticano, toda essa maravilha para os olhos, que nunca mais será alcançada em brilhantismo, penso assim com muitos outros, não suportam a iconográfica "A Noite Estrelada", conhecida e famosa tela.

Pintada por Van Gogh aos trinta e sete anos em um asilo em Saint Rémy de Provence. No momento no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. O quase-pastor, filho de pastor, sepultado seu irmão Theo ao seu lado, seis meses morto após o irmão, tal o amor que tinha pelo mesmo, se encontram em Auvers Sur Oise, onde foi se tratar com o Dr, Gachet, cujo retrato foi recordista em preço em Nova Iorque anos atrás, e morreu pobre....

Seu irmão foi mandado enterrar ao lado pela filha do Dr. Gachet, seu psiquiatra, mulher a quem não pode se relacionar, embora a amasse e fosse retribuido. Vivia em prostíbulos e gostava de absinto. Sepultado lado a lado como fosse uma só sepultura, unidas pela mesma gramínea, e dito por sua amada, que assim fez para "unir na morte os que em vida foram tão unidos”.

Em Auvers Sur Oise repousam. Lá está seu quartinho, retratado algumas vezes, onde morreu, próximo ao campo em que desfechou em si um tiro. É lugar bucólico distante não muito de Paris, podendo se alcançar subindo de barco pelo Sena, que é mais interessante, ou por estrada.

Neste local, onde se matou, se deixando sangrar até morrer, embora não fosse ferida mortal, ficou perenizada no seu final sua memória e imortalizou a Igreja local, Igreja de Auvers, em pintura no Museu D`Orsay, Paris.

A história de Van Gogh é triste e rica, suas cartas ao irmão são manancial de vida. Copiar é razão de tudo, principalmente nas artes. Você que viaja sabe, nos museus estão os alunos a copiarem tudo.

Agora, as cópias de Van Gogh fazem e fizeram do que foi copiado caricaturas. Aliás, nada se cria, tudo se copia, porém, como se copia(?).

Usamos, consciente ou inconscientemente ideias, padrões, referências em tudo que fazemos. Temos um acervo compilado pela vida. Artes e movimentos, o pensamento, se expandiram calcados em motivações e imagens anteriores. O mundo caminha em cima de alicerces anteriores, antecedentes, multiplicados. O que atinge a excelência, como Van Gogh, fica sem possibilidade de cópia.

Copiaram mal O Cristo. Veja, hoje fizeram uma "franquia" de suas ideias, ensinam o que Ele nunca ensinou, o credo da prosperidade, quando ele mandou que todos repartissem o que têm desde as “ecclesias”, pequenas e primeiras comunidades cristãs, que muitos “iluminados” cegos entenderam como comunismo, suprimindo a liberdade. Um abraço. Celso"

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 15/08/2012
Reeditado em 15/08/2012
Código do texto: T3831480
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