LEITURAS...

Ontem, segunda-feira, tive a oportunidade de ler alguns periódicos, cujos textos causaram-me alguns momentos singulares.

De início, como já o faço há muitos anos folhei o Diário do Grande ABC, e me detive, após a costumeira leitura das cartas do leitor, na coluna Memória, do amigo Ademir Médici. Ela estava especial. Três ótimas reportagens focalizando figuras e temas do passado.

Primeiro, na área esportiva, trouxe a matéria sobre o EC São Bernardo, o saudoso Esporte, com foto cedida pelo Odilon de Oliveira, do time que enfrentou o EC Corinthians Paulista, em 1959. O Timão com seu quadro principal, tendo o jogo terminado com o empate de dois gols. Revi, na foto, grandes amigos, como o Paulo Cheidde, já falecido, o Felipe Cheidde, o Wilson Messa, bem como o Silvio Oliveira Lima, o Ribeirão, meu parente, saudoso contador de “causos”.

Depois, uma crônica do memorialista de Santo André, Antonio Rizzo, o Nico. Recordou a Sessão do Amendoim, às sextas-feiras, no cine Carlos Gomes, onde somente homens entravam, e faziam verdadeiras batalhas com o amendoim, e outras cositas mas (ovos, tomates). Anos 50/60. Verdadeiras baixarias!

Na mesma página, pudemos ver a homenagem que o jornalista redator da coluna prestou ao andreense Dino Vezzá, no dia de seu aniversário. O Dino, engenheiro, participou ativamente da administração municipal, sendo um dos criadores do primeiro plano diretor da cidade, foi Superintendente do Semasa. Exerceu a Presidência do Clube dos Engenheiros e Arquitetos, e foi fundador do Clube Pan WD, o Panelinha. Exerceu, por diversas vezes, a presidência deste clube. Inclusive, cedeu o terreno onde hoje se encontra sua sede, na Avenida Portugal.

Homenagem merecidíssima!

Passei, depois, para Folha de São Paulo, outro jornal que leio diariamente.

Ali costumo ler os textos inseridos na pág. 02, Coluna Opinião, onde, quase sempre, tem o do Ruy Castro. Ontem, ele abordou assunto ligado ao tema “recall”, termo esse usado pelas empresas fabricantes de determinados objetos, que ao serem utilizados, apresentam defeitos, chamando os consumidores a apresentá-los, visando os devidos reparos. Jocosamente, citou um “recall” de vacas, segundo ele, coisa verdadeira! É que elas eram frutos da inseminação artificial de um famoso boi, o Radar, e estavam apresentando aspectos genéticos não condizentes com os do doador. Portanto, seus proprietários deveriam levá-las ao vendedor, para as verificações necessárias! Claro que sem condições de reparos, porém, se confirmada a improcedência do animal de origem, haveria meios de se obter indenização.

No mesmo jornal, li o texto de Luiz Felipe Pondé, no caderno Ilustrada. Na crônica “Advinha quem vem para o jantar”, teceu comentário, para mim até certo ponto preconceituoso, sobre “você namoraria com o porteiro do seu prédio?”. Abordou situações que poderiam acontecer, caso a mulher assim agisse. Como seria o clima num jantar em família? Como você ficaria, se visse sua filha, com o carro que você lhe deu, sendo dirigido pelo porteiro, levando-a para um “churrasco na lage”, na periferia onde ele mora?

Finalmente, passando pela “Veja”, vi o artigo da Lya Luft, em que ela aborda o sentimento das pessoas diante das tragédias, como as que aconteceram na região serrana do Rio de Janeiro. Marcou-me, nesse artigo, o conselho que ela passa aos repórteres, ao entrevistarem as pessoas que tiveram suas casas perdidas, seus parentes mortos, evitarem aquelas perguntas estúpidas (minha opinião!) como “o que você está sentindo com a morte de sua mulher e os três filhos?”.

E, na última página dessa revista, o artigo do excelente J.R. Guzzo.

Aborda a questão da falta de punibilidade que se instalou nas altas esferas do poder. Exemplificou com o caso do delegado Damásio que agrediu um cadeirante, no estacionamento de um hospital em São José dos Campos. Duvida ele que haverá punição. Foi o que aconteceu, diz o cronista, com a ex-Ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, em cujas “barbas” sucederam flagrantes irregularidades, envolvendo familiares. Numa sindicância, o caso foi desconsiderado, e ficou por isso mesmo!

PS - Escrita em 01/02/2011