UMA CARTA DE AMOR DO CÉU PARA A TERRA
Estava eu escrevendo meus poemas, quando ouvi um pequeno chamado. Não vi ninguém, mas perguntei quem era. A voz - de criança - falou um nome, e disse que queria escrever uma carta do céu para a terra. Queria que eu falasse sobre ela e sobre o mundo em que ela vivia.
"- Faz um poema sobre mim! Eu não posso pegar numa caneta para escrever, portanto peço que você escreva para mim."
Perguntei seu nome, e a meiga voz pediu que eu a chamasse simplesmente de Amor. Quis saber onde ela estava, e disse-me alegremente que estava se preparando para nascer, e que já conhecia a sua família. Pediu-me para fechar os olhos, e "Amor" foi-me levando para um mundo diferente.
"- Vem comigo, que vou te levar lá na minha mãezinha, e você vai sentir onde e como estou."
Então, senti-me envolvida por um carinho imenso, senti também muita alegria e paz profunda. De repente, um coraçãozinho começou a bater em todo o meu ser, e eu estava junto com "Amor" em algum lugar protegido e seguro. Com sua voz querida, "Amor" disse-me que, neste momento, eu estava com ela no útero da mãe, que estava no 8º mês de gestação.
Ali, havia serenidade e ternura.
Então, "Amor" me pediu:
"- Escreva uma carta em meu nome e de todas as crianças que ainda não nasceram. Queremos ser amados por vocês, assim como nos sentimos amados no seio de nossas mães. Nós queremos um mundo feliz, sem guerra e sem ódio. Vamos correr e brincar em Cândido Godói, e seremos uma geração que conviverá e crescerá juntos. Alguns de nós, vão morar numa favela: - não se esqueçam de olhar por elas. Outros, terão problemas de deficiência: - amem-nos, e lutem para que eles tenham um mundo bom. Perdoem quem só quer amar e ser feliz. Não seremos grandes para o mundo, mas queremos ser grandes e importantes para vocês. Quero mandar uma mensagem à ONU, para o Papa, e para todas as pessoas e grupos responsáveis pela infância no Brasil: - Lutem sempre pela felicidade de todas as crianças da Terra. Um dia, nós poderemos retribuir o carinho recebido, ajudando também a melhorar o mundo das gerações que virão depois da nossa.
"Amamos vocês!
Vou te encontrar novamente na forma de uma criança na tua cidade.
Não esquece de escrever a minha carta! Adeus!"
Devagarinho, voltei para a minha realidade, mas não esqueci da carta que "Amor" me pediu. Espero que sejamos compreendidas por todos aqueles que muito amam o LUGAR CHAMADO INFÂNCIA.
Saleti Hartmann – Cândido Godói-RS
(Para Ba e Na.... amadas!)