Às vezes
Às vezes nós esperamos demais de pessoas que não pretendem nada. Às vezes, passamos horas esperamos por uma ligação que jamais virá. Às vezes, ou mais vezes do que só às vezes, nós colocamos em primeiro lugar aqueles que nos colocam em segundo plano. Quase sempre, nós nos machucamos inutilmente, só para estarmos num lugar aonde não somos necessários, para onde não fomos chamados, mas que estamos porque queremos a presença de alguém que não nos deseja ali. Às vezes, nossa memória não passa nem de uma mera lembrança para o outro. Quase sempre, nós dedicamos tempo a quem nem perde tempo conosco. Na maior parte do tempo, nós dizemos “sempre” e “nunca” para pessoas que não nos dedicam nem um “às vezes”. Às vezes, gastamos horas e horas com palavras quando não se preocupam em dar atenção. Muitas vezes, derramamos rios de lágrimas em função de alguém que não gasta um sorriso conosco. Às vezes, seguramos a mão de alguém que sabemos que não segurará a nossa. Na maioria das vezes, caímos de joelhos por alguém que não daria meio passo em nossa direção. E quase nunca, sentamos, pensamos e nos arrependemos de dar tudo e não receber nada.