HÁ MUITAS FORMAS DE DIZER EU TE AMO
 


 
Ontem pedi a meu filho para me acompanhar num exame de ressonância magnética na coluna lombar. E confessei que estava com certo medo, daqueles de não saber o tamanho, posto ser indefinido, já que é um intruso na tranquilidade conquistada.
Ele, pai recente de dois meses, só pensa no filhinho, na esposa, no trabalho e toda a infraestrutura da nova vida.
Eu, mãe e avó, enamorada com o encanto vital deste personagenzinho na vida e  sentindo-o um filhinho também ,tenho sido posta à margem da vida dele e deles e, nesta contingência, perdendo alguma coisa como amor e certezas.
Viria ontem à noite, mas telefonou depois que viria no dia seguinte bem cedo, antes do trabalho. Concordei. Que mais dizer?
Veio e não consegui acordar ao seu alô, que correspondi por outro sem me mexer e continuei a dormir num silêncio de paz.
Acordo ao meio dia na casa vazia e vou tomar meus remédios. Depois fazer meu café e lavar as louças que deixara na pia acumuladas.
Na sala, a mesa posta com pães frescos, leite, suco de laranja light em caixa. Na cozinha, a pia e todas as louças lavadas no escorredor, e no fogão, também lavados o coador, os canecos e panelas esperando para ser feito o café. E no banheiro pasta dental na caixa e papel Neve de reserva.

A doçura invadiu a alma e o corpo.

Ele compreendeu que eu precisava de amor.