Pequenas coisas.
O Homem sempre constrói mega coisas.
Pontes, edifícios, espaçonaves, carros.
Sempre procura atingir o inatingível.
Seria este mesmo o sonho do homem?
Navegue comigo.
Você já viu uma minúscula abelha transportando o pólen de flor em flor?
Ou as formiguinhas trabalhando?
Construindo pontes, ou fazendo seus labirintos intrincados?
O castor fazendo seus diques?
Acho que superar é a meta de todo ser vivo.
Depois nos prostramos a olhar uma criança brincando com seu cão.
Ou sua filha em seu interminável chá de cozinha com folhas e areia.
Tendo que experimentar cada receita.
Obs. Sem reclamar.
Ou quando baixa o espírito de cabeleireira e você recebe um tratamento capilar que às vezes dói muito psiu... Sem reclamar.
Comigo aconteceu tudo isto, hoje não mais... que saudade.
Um dia um rapaz no auge de seus vinte anos encontrou uma jovenzinha.
Parecia uma avezinha ferida, precisando de cuidados.
Solícito ele a amparou.
Com o tempo os papéis se invertiam.
Foram felizes por inúmeros anos.
Tiveram uma família linda, que também se multiplicou em lindos netos.
Hoje os dois na melhor idade, gozam a paz de uma vida que valeu a pena.
Em sua volta netos brigões e temperamentais.
Que os domina e ditam regras.
Eles docilmente obedecem (com netos não existe outro meio) caso contrário você poderá perder sua companhia, pois são piores que Celtas, Piratas ou outros vilões da história.
Você é obrigado a mentir, esconder, compactuar enfim cair em desagrado geral e às vezes sem satisfazer o dito cujo.
Fazendo uma retrospectiva, vejo que não construí castelos, pontes, muralhas, nem pirâmides.
Mas vendo o passado que belas e minúsculas coisas encheram minha vida.
Um agradecimento eterno, à minha esposa, minhas filhas, meus genros, netos e amigos.
Estas formiguinhas que deram motivo de vida para este ancião, que viveria todas as experiências novamente com muita alegria.
Como sei que lá em cima temos nosso Papai do Céu, que tudo vê.
Muito obrigado pela paciência comigo e obrigado por colocar em minha vida estas pequenas e maravilhosas coisas.
Oripê Machado