NO DOS OUTROS É REFRESCO!
NO DOS OUTROS É REFRESCO!
Dr. Paulo Marçal foi um médico muito conhecido em Santo André. Não somente pelo ótimo profissional que era, mas, sobretudo, pelos dotes que possuía como ser humano. Sem contar, sua vasta cultura.
Estou falando tudo isso desse cidadão, e vejam, não o conheci pessoalmente. Nunca troquei uma palavra sequer com ele. Sua esposa Maria Inês, morava vizinha de minha mulher Iara, quando ambas eram solteiras, de modo que eram bem conhecidas. O Marcos, seu filho engenheiro, e meu filho Felipe, são casados com duas irmãs, a Liane e a Carla, respectivamente.
Vinha ele, antes de falecer, claro, escrevendo um livro de crônicas, todas contando casos pitorescos de sua vida de médico. Inclusive, até o nome ao mesmo já havia dado: NÃO ESTAMOS SÓS.
Certo dia, estava ele com uma das filhas num shopping aqui de Santo André, antigo Mappin, e, na volta para casa, ela guiando o automóvel, deu-lhe uma forte dor no peito, e o infarto foi fulminante. Sua idade, por volta de 78 anos.
Seus filhos, principalmente o Marcos e o Paulo, este também médico, tomaram como ponto de honra, publicar o livro do pranteado pai. E conseguiram! Um livro formidável! Ganhando um, li-o de uma só vez, sem parar!
Um dos casos interessantes contado pelo Dr. Paulo, teve como figura principal da crônica, o Padre Charbonneau. Este sacerdote, creio eu francês pelo nome, vinha à miúde ao Brasil, principalmente a São Paulo, sendo aqui muito famoso por suas pregações, palestras, cumprindo convites que lhe eram feitos. Numa dessas ocasiões, o Dr. Paulo fez amizade com o mesmo. Vamos à história, contada pelo sacerdote ao médico.
Sempre quando no Brasil, e como comumente fazia, o religioso ia para o Amazonas, levar aos indígenas da região, a palavra de Deus.
O Dr. Paulo, ginecologista e obstetra que era, por curiosidade, perguntou ao padre, como se dava o parto, o que a índia fazia naquela hora. Contou-lhe, então, o sacerdote, que sentindo chegado o momento, a mãe se retirava para as margens do rio, e ali, sozinha, dava à luz ao seu bebê. Sem qualquer auxílio. Aí, o médico, mais curioso ainda, perguntou: e o pai, não tomava qualquer atitude, não ajudava... Não, o pai não tinha nenhuma participação, mas, para que ele sentisse o sofrimento da índia, era-lhe colocada uma pimenta, dessas dedo-de-moça, em seu ânus.
Devia sofrer o coitado!