Adoção

Adélia e João casaram-se e como toda familia recem criada, não viam a hora de ter filhos, esse era um assunto que conversavam com alegria entre si, com amigos e familiares.

O tempo foi passando e nada de Adélia engravidar. Essa hora é delicada para qualquer casal que tenta ter filhos o tempo todo, o empenho de ambos era grande. Viagens hotéis, segunda e terceira luas de mel, fazer o bem bom não era o problema de Adélia não engravidar.

O tempo passou e o casal resolveu adotar uma criança, o amor de ser pais estava guardado e pronto para explodir em atenção para um filho, mesmo que não fosse do seu sangue.

Deus tem planos para todos os seus filhos que a nossa razão desconhece. Uma criança foi concebida em algum lugar e por falta de condições, materiais, talvez psicológicas, a mãe biológica decidiu ceder seu filho para adoção.

Muitos adotados são problemáticos, pois tem a falsa idéia de que foram preteridos, abandonados, jogados fora, quando na verdade foram por amor, transferidos para mais amor ainda, pois quem adota uma criança, está cheio de amor para dar, há uma ansiedade grande em abraçar, acariciar e beijar aquele filho tão querido e desejado que não veio do sangue, mas do nosso pai universal, é um filho do coração.

Adélia e João foram buscar seu filho na maternidade, o enxoval já estava pronto, o quarto arrumado com carinho e esmero, o filho pródigo finalmente estava a caminho da casa dos verdadeiros pais de coração.

A criança foi recebida com alegria e satisfação de todos, lhe deram o nome de João, como o pai, João filho era um menino sorridente e forte, Adélia começou a amamentá-lo no próprio peito, aos poucos o leite benfazejo foi brotando e o pequeno João se refestelava naquele manjar divino. João crescia a olhos vistos e logo aos dez meses já dava os primeiros passinhos pela sala, alegrando os pais e a familia. Logo já balbuciava as primeiras palavras para alegria de todos.

Muitos filhos adotados resolvem sentir-se rejeitados, diferentes, se punem e punem os pais adotivos, tornam-se rebeldes justificando terem sido abandonados, jogados fora.

Nós podemos escolher, podemos fazer escolhas durante a nossa vida, seja na infância ou em qualquer outra idade, somos culpados por nossas próprias escolhas, somos punidos por nós mesmos, com certeza Deus não pune ninguém.

João Filho cresceu orientado pelos pais, sabendo que eles o haviam adotado, João nunca se sentiu adotado, sentiu-se filho amado, mais amado do que a maioria de filhos legítimos, sua consciência era grande, João Filho tornou-se Dr.João. O estudo e a cultura que recebeu, abriram a sua mente para a realidade da adoção, e como ela é necessária numa sociedade mal orientada em que vivemos. Dr.João Filho casou-se. Hoje tem dois filhos legítimos, sendo um do mesmo sangue e outro do coração.