CRÔNICA – Esportes - O voleibol brasileiro
CRÔNICA – Esportes – O voleibol brasileiro – 12.08.2012
Qualquer que seja a modalidade esportiva, e isso não é novidade para ninguém, o esporte de um modo geral nos provoca imensas surpresas. Há uma máxima que diz: “Quem morre de véspera é peru”, indicando que ninguém ganha uma partida antes do seu término, em campo, na luta e na disputa séria, leal e dedicada.
Deixei para falar sobre o voleibol nacional (feminino e masculino) justamente após o resultado da finalíssima que seria realizada pela manhã, entre a nossa seleção e a da Rússia, aquela mesma que havia levado um sonoro 3 x 0 do Brasil, na fase primeira das Olimpíadas de Londres. Seria difícil acreditar que fosse outro o resultado, porquanto no dizer de todos nossas equipes são sempre superiores, nossos atletas são sempre os melhores do mundo, e assim não se poderia esperar outro troféu que não a medalha de ouro no masculino, prêmio que fora ganho de modo brilhante pelas meninas brasileiras no dia anterior, quando bateu as favoritas dos Estados Unidos por 3 x 2, numa virada sensacional.
Então o que seria fácil tornou-se uma tarefa muito difícil, qual seja a de falar sobre a derrocada de nosso escrete masculino na manhã de hoje quando, de maneira atabalhoada fomos batidos pelos russos pelo placar de 2 x 3, depois de ganharmos dois sets seguidos e abrir um dois a zero espetacular. Um detalhe é que no terceiro set chagamos a colocar quatro pontos de vantagem, sem falar em dois matches points que estabelecemos, pois chegamos a vencê-lo por 24 x 22; a virada foi realmente inesperada.
Claro que o Dante fez falta no quarto set, pois havia se machucado no final do terceiro, não havendo substituto à altura, até porque o Leandro Visotto havia se lesionado duas partidas atrás. O jeito foi improvisar o veterano Giba, que já fora o melhor do mundo, mas que nos últimos tempos tem sido marcado por contusões e cirurgias seguidas, ficando claro que não teria condições de produzir como nos velhos tempos. Apesar dos esforços, ficara muito complicado vencer àqueles gigantes, pois ficamos praticamente sem defesa e sem ataque eficiente...
O Gigante russo...vantagem na altura ...2,18 metros.
O Gigante russo...vantagem na altura ...2,18 metros.
Agora, dizer que perdemos só e apenas pela troca de posição que o treinador adversário efetuara com um de seus atletas torna-se uma justificativa esfarrapada que não consigo engolir. Claro que o jogador em destaque, Dmitriy Muserkiy, é um excelente atleta e ainda por cima mede 2,18 metros de altura; marcou mais de trinta pontos após a mudança de seu posicionamento na quadra, enterrando as pretensões brasileiras quanto ao ouro olímpico. Eu diria que o treinador Vladimir Alekno teria dado um nó tático no Bernardinho, ou melhor, uma vez perdendo o set com uma diferença de quatro pontos, arriscou-se a tentar e finalmente conseguiu o seu intento.
Essa mudança tão elogiada como a causa da virada do placar é uma coisa muito fácil, dificilmente dá certo, é como no futebol, por exemplo, você pega um atleta de alto gabarito e o tira da defesa colocando-o no ataque e, por sorte, vem ele a marcar os gols da vitória. Ora, perdido por dez perdido por mil, vale a pena arriscar; como se diz na gíria: “Foi cagada” o que aconteceu.
Creio que a geração comandada por Bernardinho chega ao fim ou quase isso, porquanto atletas como Giba, Serginho, Dante e Ricardinho não terão mais vez para representar o nosso país; não que tenham desaprendido a jogar vôlei, mas o peso da idade é primordial quando se disputa torneios internacionais em que em jogo fica o nome esportivo de um país. Fisicamente o nosso esquadrão morreu em campo; a Rússia cresceu e o Brasil perdeu o controle do jogo.
Claro que o nosso técnico teve muitos problemas ao longo dos quatro últimos anos. Olha convocar e manter um filho numa seleção com o prestígio da nossa não é nada fácil, mas o Bruninho andou bem e foi um dos melhores do conjunto; Ricardinho, a meu entender, não deveria ter sido convocado, eis que fora afastado por motivos ainda não bem explicados ao povo; Giba também não tinha condições, apesar de sua liderança, mas já deu o que tinha de dar; Quanto ao Serginho, pra falar a verdade, nem sei se vão conseguir alguém que o substitua à altura; no que se refere ao Dante, rendo-lhe minhas homenagens pela garra de ter pedido para entrar no último set, mesmo machucado; mas àquela altura a vaca já havia ido para o brejo. Quero entender que fizeram uma negociação que pudesse convocar o Giba e o Ricardinho, mas quem pagou o pato foi o nosso time, no global, pois sem reservas de peso.
Jaqueline, a musa da arquibancada na final masculina
Jaqueline, a musa da arquibancada na final masculina
É triste falar-se em derrota, mas que sirva novamente de lição para as próximas gerações do vôlei masculino. Vamos apenas e agora falar das nossas deusas, essas que brilharam de maneira a derrubar a espetacular seleção norte-americana, numa virada sensacional. Mérito para todas as atletas, mas a Jaqueline, com 18 pontos, esteve fora de série (por sinal o seu marido, Murilo, foi reeleito como o maior jogador do mundo); a Dani Lins deixou para trás atuações desastradas e desencantou mais uma vez; a Sheila, nem falar... Rendo-lhes minhas homenagens.
Vou ficando por aqui... meu abraço...até outra oportunidade.
Em construção/revisão.
Fotos: Internet
Ansilgus