UM PÉ NO OUTRO
Ao chegar da roça, cansados da faina do dia, não víamos a hora de alimentados, irmos da mesa para a cama. Mas, de súbito, minha mãe, num tom de cobrança e zêlo, intimava-nos a realizar aquilo que todos temiam – o bendito banho! E, lá íamos nós à luz do candeeiro, contrariados, porém, contentes por estar a obedecê-la. Fora da casa, depois de molhar os pés naquela água fria; olhando para o céu, roçávamos um pé no outro, num gesto de fadiga e solidariedade, removendo, a grosso modo, aquele lodo diário. E, assim concluía, mais um dia. E, mais uma rica memória do meu pai que, com graça e maestria, contava e encantava a todos, debulhando detalhes preciosos do seu passado dia-a-dia.
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Em Homenagem ao meu Pai e a todos os Pais nossos do nosso País.
Feliz dia dos Pais!