UM PÉ NO OUTRO

Ao chegar da roça, cansados da faina do dia, não víamos a hora de alimentados, irmos da mesa para a cama. Mas, de súbito, minha mãe, num tom de cobrança e zêlo, intimava-nos a realizar aquilo que todos temiam – o bendito banho! E, lá íamos nós à luz do candeeiro, contrariados, porém, contentes por estar a obedecê-la. Fora da casa, depois de molhar os pés naquela água fria; olhando para o céu, roçávamos um pé no outro, num gesto de fadiga e solidariedade, removendo, a grosso modo, aquele lodo diário. E, assim concluía, mais um dia. E, mais uma rica memória do meu pai que, com graça e maestria, contava e encantava a todos, debulhando detalhes preciosos do seu passado dia-a-dia.

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Em Homenagem ao meu Pai e a todos os Pais nossos do nosso País.

Feliz dia dos Pais!

Edvanio Pinheiro
Enviado por Edvanio Pinheiro em 11/08/2012
Reeditado em 23/10/2021
Código do texto: T3825891
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