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Crédulo
 
 
         A vida toda fui crédulo. Inocentemente! Mas, sempre, atentamente! Sempre gostei de entender o que acreditava. Ainda que fosse fantasia. Teria de ser das bonitas, pra eu embarcar. Não me arrependo. Todas, de alguma forma, contribuíram para abrir minha cabeça, para encorpar minha sensibilidade.
         Hoje tenho um pensamento bem diferente. Creio que essa busca, essa facilidade que temos em sermos enganados, é que todos precisamos de lirismo, de poesia, em nosso dia a dia. Ainda que seja, uma crença. Se for formada por bonitas e coerentes sentenças, só vai ajudar. O problema é quando a crença: Atormenta. Tira a paz. Castra. Poda. Encurrala. Faz de palhaço. Estou falando de todos os tipos de crenças, não especificamente, as de fé. Qualquer dado que forçamos nossa consciência a aceitar, através da imposição do famigerado ego, é nocivo. É uma intimação ao abatimento. Espalha sofrimento. É a vaidade rebaixada à qualidade de futilidade. Falo do que sinto, dos dias atuais, que nos apresentam um quadro bem específico e original dentro da história da humanidade.
         Por outro lado, nunca chegamos tão perto de tirar as máscaras. Este instante é único. Sei que todos o são. Mas, percebam que estamos em um divisor de águas. Ao que tudo indica, todos os tipos de mudança estão só começando. Até aqui, pelejamos pela realização pessoal que subentende: a profissional, e a emocional! Todos têm que se casar e se dar bem na vida. Agora, estamos lutando pra sobreviver. Qualquer sucesso pessoal, obrigatoriamente, terá que ter passado, que ter contribuído, com o coletivo. Não é o momento de demonstrar talento, pura e simplesmente. É hora de pensar no outro. Na multidão. Usar o talento para uma boa causa, não só pra se satisfazer e enriquecer. Percebem o que estou propondo? Estamos a um passo do abismo, portanto que se dane a minha solidão, a sua carência, a minha teimosia, a falta de grana, a nossa ignorância... Deixemos nossos umbigos de lado, e olhemos uns aos outros. Cuidemos uns dos outros.
         Sintam que só ao ler algo assim, o ambiente muda. Algo, espontaneamente se transmuta. Sabem por que? Porque está a favor da “Grande Vida”. Algo que pulsa, ainda discretamente, em tooooooooooooodos nós. TODOS! Todos temos a chama sagrada em nosso peito, que se acenderá e, nos ascenderá! Questão de tempo e qualidade de sentimento.
 
 
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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 11/08/2012
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