NUNCA NINGUÉM ME OFENDEU
Um dia perguntaram a Gandhi se ele perdoou todas as ofensas de seus inimigos. Ele respondeu que não, pois ninguém nunca o ofendeu, por isso ele não devia perdoar ninguém.
Quem conhece a agitada vida de Gandhi sabe que ele sofreu as mais gritantes ofensas, não apenas do governo britânico, mas também de muitas pessoas. Se Gandhi afirma que ele não deve perdoar ninguém, pois ninguém nunca o ofendeu, isso nos mostra uma atitude interna de absoluta serenidade e completa liberdade.
A atitude do Mahatma é algo quase inexistente entre as pessoas. Por muito menos ou por nada mesmo, tem gente que, além de sentir-se ofendido, ainda parte para agressão, às vezes com consequências irreparáveis.
A ofensa é como a “liga” de uma massa de concreto, precisa dos ingredientes para que tenha função. A pessoa “ligada” é como a massa disforme que, manipulada, toma a forma que lhe derem. Um pacato cidadão pode se transformar em um inimigo da sociedade quando ofendido, se essa ofensa encontrar fragilidade psíquica e espiritual.
Ofendido fica quem percebe verdade na ofensa. Quando se tem discernimento sobre si próprio e aceitação do que é frágil, então a ofensa nunca será matéria prima para comportamentos e atitudes inaceitáveis.