POR QUE NASCI? ("É fácil apagar as pegadas; difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão." — Lao-Tsé)
Sempre ouvia de Lourdinha: "Eu vim ao mundo para ser instrumento de vida". Na visão dessa professora querida, não importava a quantidade, mas a qualidade. Ela cumpriu logo os seus dias aqui na terra, pela intensidade em que vivia e distribuía muita energia. Todavia, foi um viver completo! (Faleceu de infecção generalizada, em 07/12/2009, com 48 anos).
Madre Tereza se dizia ser "um lápis na mão de Deus"! E eu sou a borracha de Deus, pois como a tal, desgasto-me com os erros dos outros! Quando critico alguém, estou tentando apagar o seu borrão. E, no fim último, estarei fragmentado feito um mosaico de experiências, oferecendo-lhe a chance da refação. E todavia, as experiências adubam a minha e a sua vida. Bem sabemos sobre a permanência no erro ser tolice, porque nesse caso, o errado é o alvo, motivo e justificativa da morte. E quem o ajuda corrigir seus erros empresta-lhe vida, suplicando ao criador da vida para retribuir em qualidade de existência própria. Aprendi do filme, "Soldados de Salamina": Quem ajuda os outros a viver, pode até não ter vida longa, porém terá uma longa história, nunca será esquecido (a mim me basta).
Um bom patrão nunca esquece seus funcionários, só nossos líderes políticos nos esquecem, por isso logo serão esquecidos, pelo método de Josias Guimarães: "Todo continuísmo leva concentração do poder, toda concentração do poder conspira, como dito, contra a liberdade; ora, a liberdade constitui o oxigênio da democracia, portanto, todo eleitor consciente tem que lutar de corpo e alma contra a permanência indefinida do mesmo representante no poder". Mas, Deus nunca nos esquece, e permanecerá eternamente! Que morra o poder junto às pessoas poderosas.
Uma borracha escolar é a maior prova de que o desgaste físico aumenta-lhe o prestígio, pela sua utilidade, tornando-a redonda até quando não puder ser mais usada, pelo menos ganhou em mobilidade. A minha brevidade é assim, alimentada pelos depósitos de admiração, pagamento da natureza pelo o bem lhe prestado. Em seu ato de apagar os erros corrigíveis, mesmo deixando o papel amassado, quanto mais a borracha se desgasta mais ganha influência, por dar uma nova chance de viver a quem sabe reconhecer o recomeçar, isso é necessário para o fazer melhor. Então, é, por esta e tantas outras razões, meu querer viver doando vida e fazendo o bem com dignidade, cheio da energia da morte. Isto é, perante as coisas que estão certas, calo-me; meu silêncio é aprovação, mas me interessam apontar os erros que me fizeram sofrer. "Qualquer um pode julgar um crime tão bem quanto eu, mas o que eu quero é corrigir os motivos que levaram esse crime a ser cometido." (Confúcio).