Pai-mãe e Mãe-Pai
Muitas mulheres, por razões as mais diversas, assumem – temporária ou definitivamente – as funções de Pai. Nunca reclamam da situação. Por serem verdadeiras fortalezas, somam afeto às necessidades, e conseguem, com brilhantismo, a ordem do mérito dos heróis. Das heroínas, mais precisamente. Raríssimas vezes perdem uma batalha contra as intempéries da vida, e transformam seu cotidiano organizado numa aventura de amor e exemplo. Tem a ternura da mãe e o rigor do pai.
Também há homens que se veem obrigados a acumular as funções de pai e mãe, por um tempo sempre maior ao que imaginavam. Ainda que reclamando – exceção existe e deve ser consignada – aprendem a lidar com uma situação nunca dantes concebida. Difícil “prá cacete”! Muito mais do que você (que lê) e eu (que escrevo) conseguiríamos enxergar. Perdem muitas batalhas, mas não perdem a coragem e a vontade de acertar. Transformam seu cotidiano todo desarrumado num eterno aprendizado: da cozinha ao acompanhamento escolar, do supermercado ao médico, do controle do orçamento ao asseio geral, das cantigas de ninar ao diálogo franco e pronto, mas meigo e participativo. Nunca terão a ternura feminina, mas sua dedicação sempre será reconhecida.
São Homens e Mulheres de valor incomum, bissexuais divinos, para serem seguidos como exemplos. Se não é fácil à mulher assumir as funções e responsabilidades de pai, imagine quão difícil é ao homem fazer as vezes da mãe.