Greve ou voo ?

Sabe-se que um filhote de pássaro aprende a voar logo que suas articulações estejam mais fortes e desenvolvidas. O voo é condição indispensável para a sobrevivência e, para isso, a orientação dos pais também é muito importante como experiência. Antes disso, eles se mantêm no bando até saberem que podem voar, e então voam. Para isso dar certo eles têm que ficar no ninho até a hora certa.

Hoje observei um pequeno pássaro no arbusto de acerola, do meu quintal. Estava ele lá caído, a mãe, o pai, ou os tios vinham ajudá-lo a levantar voo. Tentei interferir, mas eles recuavam, afastei-me e até esqueci a cena. Horas mais tarde voltei ao quintal, procurei pelo filhote e, infelizmente, o encontrei morto. Conclusão: ele não conseguiu a audácia de levantar voo, como seus irmãos, pois certamente saiu do ninho na hora errada.

Fiquei ali parada e, hoje em especial, me vieram ideias de escrever sobre o voo que os professores de Universidades Federais tentam alçar. Tá certo, precisam voar cada vez mais alto, mas só podem iniciar esse voo, se tiverem a plena consciência do momento certo e do pico certo a alcançar. Do contrário, iniciam o voo e por não estarem preparados caem e se ferem muito mais.

Dizem que greve são “paralisações que possibilitam aos trabalhadores se reconhecerem como iguais, como uma classe social em oposição à outra”. Mas nesse momento quero que digam que são os opositores? Mais parece que há professores em oposição a alunos que desejam conhecimento e não ao governo que parece já ter lavado as mãos, pois o que menos interessa-lhes é a educação do nosso país, ou seja o voo daqueles que desejam chegar ao nível de 1º mundo.

Pobrezinho do pássaro, que caiu do meu pé de acerola, mesmo com ajuda e experiência, não sobreviveu, e seu voo foi frustrado, porque a ninguém mais interessa a realização do mesmo.