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Confortável...

Na minha idade, não me exijam nada. Deixem-me estar confortável dentro de minha própria pele, respirando tranquila em minha própria casa. Faço o que gosto por dar-me prazer, e passo horas olhando o céu, ou as nuvens, ou as borboletas.

Minha única obrigação: fazer o que eu gosto. E fazer o que eu gosto também significa cumprir aquilo que os outros chamam de obrigações: cuidar de minha casa e de meu trabalho. Sinto-me feliz assim, levando minha vidinha simples e despretenciosa, à vontade comigo mesma e podendo olhar quem quer que seja nos olhos.

Deleto palavras atravessadas - ou as respondo, conforme minha vontade. Faço-me de tola e má entendedora quanto às indiretas de pessoas que não tem coragem de dizer o que pensam com todas as letras. Afinal, que importância elas tem em minha vida?

Neste exato momento, lá fora os passarinhos preparam-se para dormir. Um bem-te-vi dá seu grito de guerra, e sabiás põe-se a cantar seus vários cantos. O céu vai mudando de cor, e a primeira estrelinha aparece.

É isto que me importa! Esta conexão com a vida e com as coisas vivas que fazem bem. O resto, é o resto.
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 10/08/2012
Reeditado em 17/09/2012
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