PERFORMANCES DO NÃO? (BVIW) - Mini crônica
Já não se fazem mais "nãos" como antigamente. O não do tempo dos meus pais era um não enfático e os nossos motivos deveriam ser muito consistentes para convencê-los a mudarem de idéia para que nos liberassem para um baile ou para iniciarmos um namoro. O não da moça que queria manter a virgindade, tão cultuada na época, era contundente e definitivo. O "não te quero mais" para desfazer uma relação era mantido mesmo à custa de rios de lágrimas no silêncio do quarto. Hoje o não parece estar meio em desuso ou, pelo menos, é tão flexível que até deixa dúvidas para quem o recebe. Uma cena de ciúmes, um rompimento, um não quero mais, dura apenas o tempo de virar as costas e retornar aos braços do amado por crer não suportar viver sem ele. O filho bate o pé e o não dos pais estremece, por comodismo ou cansaço. Novos tempos? Novas maneiras de lidar com o não? Performances do não?
Ouro!
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