Fantasia
Eu gostaria de materializar desejos e realizar sonhos... Poderia assim passear com os olhos de lince de Sofia pelas ruas de Carmo do Rio Claro.
Eu gostaria de ser um gnomo e poder em cada rua, em cada esquina, nos vãos e desvãos do tempo, ir juntando etéreas imagens, redescobrindo encantos, sondando promessas, afastando espinhos.
Certamente conheceria um certo gnomo e poderia, de mãos dadas, -compartilhando ternuras – até passear com ele. Compartilharíamos lembranças, saudades. Nada nos escaparia. Subiríamos ansiosos as montanhas. Com os pés descalços, tocaríamos o chão orvalhado e generoso de suas terras. O banho nos rios caudalosos, revigoraria a nossa alma, multiplicaria esperanças.
Semelhantes, seríamos amigos. Receosos a princípio. Convém isso? Generosos sempre. Apertaríamos bem forte nossas mãos e nada diriamos. É preciso? Depois, bem depois, o nosso espírito incipiente passaria pelo bar do Tâozinho e se deliciaria com o seu picolé de coco queimado.
Mais tarde, quando o dia cansado se despedisse de nós, aceitaríamos o convite das estrelas, e com goles da cachaça da Capitinga, elevaríamos nossas taças, brindando, maravilhados, nossa continuidade e nossa transcendência. Somos seres históricos, viajores da Eternidade.
Roberto Gonçalves
(Foto: Carmo do Rio Claro-MG)
Eu gostaria de ser um gnomo e poder em cada rua, em cada esquina, nos vãos e desvãos do tempo, ir juntando etéreas imagens, redescobrindo encantos, sondando promessas, afastando espinhos.
Certamente conheceria um certo gnomo e poderia, de mãos dadas, -compartilhando ternuras – até passear com ele. Compartilharíamos lembranças, saudades. Nada nos escaparia. Subiríamos ansiosos as montanhas. Com os pés descalços, tocaríamos o chão orvalhado e generoso de suas terras. O banho nos rios caudalosos, revigoraria a nossa alma, multiplicaria esperanças.
Semelhantes, seríamos amigos. Receosos a princípio. Convém isso? Generosos sempre. Apertaríamos bem forte nossas mãos e nada diriamos. É preciso? Depois, bem depois, o nosso espírito incipiente passaria pelo bar do Tâozinho e se deliciaria com o seu picolé de coco queimado.
Mais tarde, quando o dia cansado se despedisse de nós, aceitaríamos o convite das estrelas, e com goles da cachaça da Capitinga, elevaríamos nossas taças, brindando, maravilhados, nossa continuidade e nossa transcendência. Somos seres históricos, viajores da Eternidade.
Roberto Gonçalves
(Foto: Carmo do Rio Claro-MG)