RUAS DO SILENCIO
Ruas do Silencio
Na calçada um menino triste a atirar pedras na vida... Como se ela não sentisse medo, fome ou dor... Um riso torto engolindo uma lágrima... Enquanto do outro lado da rua uma música animada encenando uma fábula. Queima em seu ouvido... Aqui nesse mundo, aqui nessa rua, tudo é escuro... Somente sobre sua cabeça a lua, refletindo uma página branca... Cada personagem preenchendo seu sonho... Uns com a tinta da entrega... Outros com a tinta da luta... Sangue, marcas da guerra, marcas da vitória... Tudo ou nada! Ele e a lua... A procura enquanto ela roda... Fazendo a sua ronda...
No silencio da madrugada a solidão sente um frio profano... Ventos na contra mão...
Entre o céu e o inferno, a divisão das raças... Pedras nas poças d’água não resolverão de nada... Se dentro da alma não bater um coração...
Olhos fixos... Frente o nada... Sem relógio e sem rumo... Perde à hora do sono...
Essas marcas do tempo nunca se recuperarão... Mas pra que a pressa... Se ainda ele não está de bem com a vida... Nessas horas gastadas seus sonhos sempre latejarão... Gritando... Pela tal felicidade...
Marisa Zenatte