CRÔNICA – Um show de voleibol feminino
 

 
CRÔNICA – Esportes – Um show de voleibol feminino – 07.08.2012
 

          Não é pelo fato de ter vergonha de ser brasileiro, em face dos desmandos e escândalos dos quais somos campeões mundiais com sobras (parece até que estaria havendo falcatruas no nosso COB), que deixaria de parabenizar o esporte nacional, que hoje nos fez relembrar de ótimas jornadas. Falo da nossa equipe feminina de vôlei, esse esporte coletivo que para mim é um dos melhores do planeta. Revivemos nessa manhã/tarde de hoje nossos melhores dias, isso nada obstante a roubalheira do juiz ao marcar como “fora” uma bola que penetrou na quadra em mais de trinta centímetros.  Cravamos sets parciais de 24/26, 25/22, 19/25, 25/22 e 21/19.

                   Bola dentro da quadra do lado da Rússia
 
          A grande vantagem que tem o escrete brasileiro é que não depende só e unicamente de uma atleta, como ocorre com a Rússia, por exemplo, que tem na Gamova a sua melhor jogadora. Isso significa que quando ela não acerta todas as jogadas sua equipe geralmente sai perdendo, justamente o que acontecera na partida com o Brasil, em que foi a Rússia derrotada e saiu da quadra de cabeça baixa.
 
          Torna-se muito melhor e mais produtivo que cada atleta participe com a sua competência para que se forme um todo homogêneo e eficaz. Quem vive no esporte sabe perfeitamente disso. Quando falo nesse assunto me faz lembrar um concurso que fiz para o Banco do Brasil. Havia um amigo que era um verdadeiro cobra em matemática; outro, em português, e assim por diante. Eu sabia um pouco de cada matéria, e o resultado final foi que tive minha aprovação garantida, enquanto não vislumbrei nenhum daqueles inteligentes de antes das provas tomar posse no banco.
 
          Confesso que estava sem esperanças quanto ao vôlei, tanto masculino quanto feminino, em face das jornadas iniciais, que me parece foram das piores de todos os tempos. Um fato é verdadeiro, qual seja, havia seis atletas no time das garotas nacionais que participaram da anterior Olimpíada, refiro-me ao ano de 2008. Isso quer significar que urge a tomada de medidas no sentido de renovar e revigorar a equipe, e para isso o país é imenso, bastando dar uma volta em quase todos os estados da federação, pois há muita gente boa até mesmo em lugares paupérrimos desta nação.
 
          Que o Zé Roberto, nosso treinador é um dos melhores de todos os tempos disso não resta dúvida. Todavia, vez em quando ele comete erros inaceitáveis, como por exemplo, levar atletas ainda não recuperadas de cirurgias, como foi o caso da Natália, que nada fez quando entrou na quadra. Outra coisa, a nossa atleta Paula, cujo sobrenome parece depreciativo (Pequeno), aquela que joga com uma fita branca na cabeça, todas as vezes que participa do plantel o ritmo do jogo cai e ela comete inúmeras falhas; quando faz um ponto em seguida perde dois, e nessa matemática o time vai afundando. Mas ela ainda é uma boa jogadora, todavia pode ser que seu estado de nervos não reaja positivamente nas horas dos grandes espetáculos.
 
          Não se pode, de maneira alguma, deixar de reconhecer os méritos dessas meninas, que hoje mostraram muita raça, disposição, vontade e toda a competência para mandar o único invicto para casa antes do tempo, essa equipe russa que já era dada como a provável campeã desse monumental torneio olímpico.
 
          Se me fosse dado o direito de escolher qual a melhor em campo eu diria de início que seria uma missão difícil, mas gostei imensamente da atuação da Fê Garai (uma gigante no recebimento e nas cortadas de bola); a pequenina Fabi, que fez defesas eletrizantes; a Dani Lins, que em sendo a terceira levantadora do plantel soube corrigir erros de outrora e colocar nossas atacantes em posição de marcar os pontos necessários e indispensáveis à consecução da vitória. Porém uma atleta teve a maior atuação de todo o campeonato, a nossa querida Sheila, que tanto sabe jogar como tem uma beleza muito rara, deixando o público totalmente apaixonado pelo seu desempenho.
 
          Nem sei como não tive outro infarto... tinha todas as condições de tê-lo, mexeu por demais no meu coração esse confronto histórico no mundo do voleibol. Rendo as minhas homenagens a essas garotas, todas elas, sem exceção. Para mim, dou como satisfeito com esse desempenho, isso sem importar o que venha pela frente, eis que esse time da Rússia estava engasgado na minha goela, e precisávamos dar um troco nas mesmas proporções da derrota que para elas sofremos no campeonato anterior.
 
          Agora é partir para a semifinal, que será contra o Japão, um selecionado que vem sendo assim como freguês nosso, mas não se pode tomar como certa uma vitória, pois nos jogos coletivos muitas surpresas acontecem; também não vamos ser derrotistas e não pensar numa grande vitória, garantindo, assim, uma medalha na fase final. Temos tudo para disputar o troféu de ouro mais uma vez sob a batuta do Zé Roberto.
 
Vou ficando por aqui amplamente satisfeito com essa vitória.
 
Em construção/revisão.
 
 
Ansilgus

Tomo a liberdade de indicar os livros: "Entre o Céu e a /terra", do Jacó Filho; "Palavras de Amor" e "Crônica do Amor Virtual", de J./estanislau;  "Encantos e Desencantos", de Marco Aurélio Vieira, e os de autoria de Cláudio Poeta (Ardentia e outros).
ansilgus
Enviado por ansilgus em 07/08/2012
Reeditado em 07/08/2012
Código do texto: T3818462
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.