O PERDÃO.
Perdoar não é enfraquecer-se, o perdão habita o fortalecimento da alma, é abrigo dos fortes.
Abrir o coração e estender a mão é apagar a mágoa que se debate entre a incompreensão e o desencontro, fechar a cena do teatro da vida onde a ilusão de compreender faz enredo.
Perdoar é renascer, subir ao topo da montanha e entender a largueza de sua doação.
No perdão se encontra a verdadeira liberdade, é a chave que abre a plenitude da recepção ao que ninguém aplaude; o sucesso que incomoda e o fracasso lastimado.
O ressentimento consome o interior, impossibilita a grandeza do gesto plasmado na pacificação do pensamento, reconhecendo a limitação de quem ofende, entendendo quem se omite, ficando-se acima do descrédito dos indiferentes.
Perdoar é estar mais próximo de Deus...ainda sem alcançá-lo.
Ninguém cai do alto a que nunca chegará, a mágoa não conhece alturas, o perdão, de sua elevação, sem soberba, olha altaneiro no leito da paz horizontes desconhecidos, iluminados, antes invisíveis pelas sombras espessas.