POTÊNCIAS ECONÔMICAS E POLÍTICAS, POTÊNCIAS OLÍMPICAS E O DOPING.

A discussão sobre doping nas Olimpíadas é válida! Todavia, não são só nadadores chineses parecem "armários". (A delegação norte-americana nos Jogos Olímpicos, assunto repercutido pela mídia ocidental, criticou uma nadadora chinesa de 16 anos campeã olímpica chamando-a de “armário”).

Eu afirmo: - Tem muito nadador dos Estados Unidos e de outros países que, também, parecem "armários"! E dias depois da suspeita aventada pela delegação norte-americana, uma nadadora dos EUA de 15 anos (um ano mais nova que a chinesa) é campeã olímpica, com o segundo maior tempo de toda a história da natação nos 800 metros livres, a prova mais longa da natação feminina.

Aqui não se suspeitou de doping, apesar da imagem em vídeo dos músculos da nadadora americana de 15 anos, também, lembrarem um “armário”.

As reportagens têm sempre um viés.

Se estivéssemos na CHINA, neste momento, lendo, ouvindo ou assistindo a mídia de lá poderíamos estar acompanhando notícias de suspeitas sobre a nadadora americana e não da chinesa.

Aqui a grande mídia brasileira é alinhada dos Estados Unidos e não da China, então, repercute a suspeita americana com mais detalhes e até pode omitir uma suspeita chinesa.

Eu não me lembro de atletas americanos flagrados nos exames antidopings! Mas, qualquer País que ameaça a hegemonia olímpica dos norte-americanos vem logo a suspeita de doping! E sai no nosso noticiário.

Por que a imprensa esportiva, os noticiários não suspeitaram do feito improvável, a medalha de ouro da americana de 15 anos na prova mais longa da natação feminina, ao uso de substâncias proibidas?

Por que a atleta é norte-americana?

O poder olímpico dos Estados Unidos está sendo ameaçado pela CHINA, que em breve será a maior potência olímpica disparada. Então, esta acusação de doping dos técnicos da natação americana é uma das formas de minimizar o poderio olímpico crescente chinês pelos americanos!

Nestas Olimpíadas os chineses estão na frente no quadro de medalhas e nem é na China os Jogos Olímpicos. O que torna ainda mais plausível o argumento do crescimento exponencial do poderio chinês nos esportes olímpicos.

A China só não é hegemônica no quadro de medalhas por causa do Atletismo e da Natação, são os dois esportes que mais distribuem medalhas numa Olimpíadas, e os americanos ainda investem pesado na formação de atletas nestes dois esportes.

Além disto, a China, talvez, tenha no futuro, se já não tem, o mesmo poder de não ver seus atletas flagrados em antidoping, que sempre vigorou à favor dos EUA. Na época da Guerra Fria, quase sempre, o doping era flagrado em atletas da cortina de ferro, aliados da ex-União Soviética, exemplos célebres são as nadadoras da Alemanha Oriental.

Este poder de escapar do doping manteve-se com a hegemonia do Capitalismo após queda do comunismo, fortaleceu-se até, por os Estados Unidos tornaram-se a Potência hegemônica do mundo.

E temos que lembrar, o controle das organizações que comandam os Esportes e os exames antidopings estiveram e estão nas mãos dos países capitalistas centrais. É só ver onde fica a sede do Comitê Olímpico Internacional (COI), na Suíça.

Hoje em dia, com a queda do poderio econômico dos Estados Unidos, com o progressivo declínio do império americano e do Capitalismo, penso eu, que os investimentos no esporte de alto desempenho sofrerão grandes perdas, naquele país.

Talvez, uma das bandeiras do imperialismo norte-americano, a de mostrar através do poderio esportivo sua grandeza econômica, seu poder político e ideológico, esteja com seus anos contados e suas constantes medalhas pulverizem com países outros e até no doping seus atletas possam ser flagrados. Se os chineses não abocanharem para eles a maioria das medalhas norte-americanas.

O eixo político-econômico central do mundo, também, se vê no quadro de medalhas olímpico.

Quanto ao Brasil, à Índia, à Turquia e a África do Sul excetuando, com ressalvas, a Rússia que ainda possui média força olímpica, herança do tempo em que pertencia a ex-União Soviética, quando rivalizava com os EUA como potências mundiais, o que acaba refletindo quadro de medalhas olímpico; países que emergem para a condição de potências em futuro próximo, portanto, países centrais da economia e política mundiais não sei dizer o que o futuro lhes reserva.

Terão forças, estes países, para serem potências olímpicas, para não serem flagrados seus atletas em exame antidoping, como aconteceu com a atleta brasileira do remo nestas olimpíadas? Como aconteceu com o César Cielo, a Maurren Maggie e a Daiane dos Santos, atletas de ponta do Brasil? Coincidência, não? Ah! se eles fossem norte-americanos.

Pelo fraco desempenho no quadro de medalhas da Olímpiada de Londres de Brasil, Índia, Turquia e África do Sul fica claro que estes países estão longe do caminho de serem, no futuro, potências olímpicas, e que, certamente, ainda falta neles uma política de Estado para a formação de grandes atletas olímpicos, talvez, a deficiência comece nas escolas e as aulas de Educação Física, passando pela organização adequada dos clubes e federações esportivas e pelo Estado, este, incapaz de transformar o esporte nas escolas, em uma forja de campeões de cidadania e seletor de atletas campeões olímpicos.