Peneirando o recanto das letras
Para todos aqueles que têm problemas de coração recomendo vivamente a nem pensar em ler o que vou escrever. Estou numa fase em que me apetece disparar em tudo quanto é direção. Por isso, não se coloque a jeito. Abra espaço para quem tem peito feito e agüenta o tranco. Desde que entrei neste espaço que aprendi a respeitar todas as opiniões que as pessoas, por um motivo ou outro, costumam ter. Eu comparo muito o Recanto das Letras com a penitenciária dos sofredores. Imaginem que aqui todo mundo se queixa, afoga as lágrimas, declara amor dia sim dia não a um usuário que nunca viu mais gordo nem mais magro. Comenta para ser comentado, e de preferência o faz da forma mais pomposa que alguma vez Dante viu. Mas também Dante nunca viu nada, o individuo passou parte da sua vida brincando com a Divina Comédia. Desse os italianos devem ter saudades, já eu não sou apreciador da sua obra. Meu negócio vindo da Itália é Spaghetti á Bolonhesa. A Mônica “Beliche” também... Como ela fica divinal em cada filme que aparece! Ah se eu pudesse... Não, não posso, nem devo pensar naquilo que me cega.
- O recanto? - Vamos lá... O que eu posso dizer? Eu diria... que aqui existem, apenas, 10% de grandes escritores – se tanto - sendo que alguns que dão expressão a esse grupo são amadores e outros profissionais com livros editados ou á espera que seu livro seja apetecível para uma Editora de renome nacional. Tem quem espere meses para editar um bom livro, mas também tem muita boa gente que edita um livro como quem abre uma lata de sardinha. E acreditem... eu nunca editei um livro, mas farto-me de abrir latas de sardinha. Os outros 90% de escritores aqui presentes eu divido da seguinte forma: 30% são os sofredores de alma perdida, confesso que andei neste grupo por dias infindáveis. Hoje estou na porta de entrada ou de saída de um grupo qualquer; 50% deles eu chamo de “eu escrevo poesia porque é fixe”, posso conquistar muitas garotas, e porque essa coisa de ser galante as “ninas” apreciam. Aqui incluo os que enviam pedidos, ou quase que suplicas para serem lidos, os que colocam uma foto em pose artística (seminua), os floristas, os exterminadores de livros online, etc...
Ficaram a faltar 10%, o que eu faço com estes? Jogo fora? Guardo? Bem, nesta prateleira decidi reunir todos aqueles que usam e abusam do “copy paste”. Por amor de deus, se eu quiser ler um texto do Google não necessito do recanto, vou direto sem pagar pedágio. Já agora, quando fizerem um comentário na página de um colega, tentem ao menos mudar o discurso uma vez na semana, porque ler aquela pasta pré-fabricada dia após dia, não é fácil.
- No mais, é isto. No menos, é nada.