De sábado para quinta. De 2009 para 2003.
Como se fosse numa quinta feira daquelas, ela toma um banho demorado e põe seu melhor perfume.
Insiste em se olhar no espelho (como se fosse numa quinta feira daquelas) e põe sua mais provocante roupa.
Levanta do sofá olhando para o relógio que marca oito e cinquenta e nove da noite. Um minuto para o horário combinado de sempre.
Caminha lentamente até a sacada de seu apartamento e olha para baixo, esperando o carro dele virar a esquina ao seu encontro.
E como se fosse numa quinta feira daquelas, ela pode sentir o cheiro daquele lugar.
As pessoas que se olham intrigadas e o encontro do seu olhar com o dele pelo espelho da parede.
Sente o gosto da bebida doce, sente o cheiro do perfume dele no ar misturado ao som de Eagles.
Respira profundamente o cheiro daquele tempo e sente-se por fim, em pleno inverno de 2003.
Fecha os olhos por um momento e sente ele bem ao seu lado.
Ele está ali, ela pode o sentir preso na sua mesma sintonia.
Uma completa e perfeita simetria, em sua maior representação de tempo e espaço que se misturam e se esquecem de se esquecer.
Porque o amor não tem distância. Porque o desejo não conta tempo. Porque a paixão não se interrompe com a falta ou com a presença.
Juntos e distantes. Estranhamente entrelaçados num momento único que se chama vida.
Paixão e desejo que não tem fim e por fim o amor, mesmo sem saber…
Paula Cassim
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