O *fim do mundo* por algumas horas…

Vejo pessoas desesperadas. Elas pressionam o botão F5de 1 em 1 minuto. Telefonam para outras pessoas e perguntam se lá está “abrindo”. Andam de um lado para o outro. Acham que o fim está próximo. Indignadas gritam que a cidade *parou*. Reclamam mencionando frases como “isso é um absurdo” ou “porque não fazem isso durante a madrugada”. Percebo aniversariantes tristes. Não receberão *parabéns* hoje. É. realmente o fim está próximo. Pelo menos deve estar para acreditar que um número tão assustador de pessoas simplesmente *parou* ontem por conta da “manutenção do orkut”. Sim. Ele estava fora do ar. Foram longas horas de sofrimento para incontáveis cérebros nerds que não estavam entendendo como mantinham-se vivos em meio a falta de AR,digo, falta de orkut no sangue.

A falta de orkut causa acumulo de horas livres, vulgo “mais tempo sem ter o que fazer”para duas classes distintas: Os que trabalham e os que não trabalham. Os que trabalham descobrem que ganham para não fazer nada e os que não trabalham descobrem que não fazer nada é chato e desgastante.

Os aniversariantes tristes do dia, descobrem que possuem mais amigos virtuais do que reais e que a importância que cabe a sua pessoa deve-se ao calendariozinho que avisa aos demais sobre o seu aniversário. Sem o tal calendariozinho, estes quase mil amiguinhos orkuteiros nerds, não terão como parabenizá-lo, simplesmente porque não saberão que é seu aniversário. Que desastre!

Estas milhões de almas que tiveram o seu dia *parado* ontem por conta da “manutenção do orkut”, deveriam ter utilizado este tempo ocioso para repensar o quão importante o orkut é em suas vidas. Caso não tenham tido tempo para pensar nesta *banalidade* uma vez que estavam ocupados demais “atualizando” a página para ver se o orkut “voltou”, queiram por gentileza acompanhar meu exuberante e funcional raciocínio à seguir:

1º O orkut não vai te dar dinheiro para você ir pra balada ou para comprar uma calça nova ou uma casa na praia. Ao menos que você seja um anunciante e possua um link patrocinado por lá. Caso não se encaixe nesta categoria, dá uma conversadinha com seu chefe para que ele arrume papel pra você picar, arquivo pra arrumar, ou uma função um pouco mais produtiva em seu trabalho onde você ganhará mais, adquirirá mais experiência e crescerá assustadoramente dos 6 anos mentais aos 24. Sem esforços!

2º Se os seus *amigos* só lembram que é seu aniversário por conta do calendariozinho do orkut, tá na hora de começar a descobrir o poder que a palavrinha “amizade” possui entre os seres humanos. Amigos de verdade lembram do seu aniversário. Cumprimentam você por telefone, ou até pessoalmente. Vão a sua festinha. Costumam ir à shoppings, a bares, a diversos lugares adivinha só…na sua companhia!

3º Se você não trabalha, comece a frequentar outros sites magníficos (sim! existem outro sites na internet!) como sites de empregos, sites de cursos online gratuitos, sites de notícias, sites de pesquisas… Quem sabe você não tenha uma idéia bem interessante para começar um grande negócio?

4º Se você acha que a cidade PAROU por causa do orkut, dá uma passeadinha na Av. Paulista durante à tarde, uma chegadinha no centro, ou uma reparadinha no jornal das sete que mostra o trânsito na 23 de maio e nas marginais, para perceber que NÃO, a cidade NÃO PAROU. Pessoas normais trabalharam, pagaram suas contas nos bancos que também NÃO pararam.

A tecnologia é uma coisa ótima! Nos leva a todos os lugares de todos os jeitos e nos explicam diversas maneiras de fazermos bilhões de coisas diferentes de formas distintas. Tá aí pra ser usada mesmo. Mas quem se limita ao Orkut e ao facebook está limitado a uma vidinha banal com seus coleguinhas nerds virtuais que tiram fotos na baladinha pensando no Orkut e no Facebook. Todos dependentes de seus depoimentos e de seus “scraps” diários alimentando a curiosidade de quem entra em seu “espaço” para ver o que você comeu hoje e se já foi ao banheiro. O orkut é fonte de pesquisa. Encontramos diversas informações em comunidades, encontramos amigos que jamais imaginaríamos que um dia reencontraríamos mas é um complemento para nossa fonte de informações e não a totalidade dela.

Pense nisso!

Paula Cassim

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