Para sempre
Um tema que nos últimos tempos tem açambarcado cada vez mais pessoas é a culinária. Não necessariamente pelos ganhos obtidos por quem, de alguma forma, se relaciona com as delícias profissionalmente, mas porque lidar com comida já trás em seus sabores e misturas o veio da sedução. Quando criança, não fugia da regra: eu gostava de coisas doces, embutidos e divertidas, claro, nem sempre ao alcance da minha humilde família ou por outra, alimentos de propriedades nutritivas duvidosas. Ainda hoje, analogamente, considero infantis hábitos que não considerem alimentos com essas propriedades. Evidentemente, tal como religião e futebol, paladar ou hábitos alimentares não se deve insistir em discutir. Quem sabe, educar. Um fato que temos observado nos últimos tempos, coisa de 15, 20 anos é proliferação de restaurantes de autoatendimento , ou self-services. Devemos sim a essa moda justificadamente consagrada. Facilita o atendimento, dosa-se a quantidade de acordo com o desejo, entre outras vantagens, porém o ponto alto é a variedade, tanto que a multiplicação desses restaurantes foi questão de pouco tempo. No rastro dessa mesa variadíssima a preços relativamente populares veio uma necessidade de novos cardápios, inovações e criação de receitas que, por sua vez, tiveram entre outros meios, a internet e a televisão, como propulsores de uma nova onda de nacionalização. As cozinhas regionais hoje estão à mão de mestres de qualquer parte do Brasil, assim como os gêneros, antes mais restritos, também tiveram penetração total para atender às novas demandas. Nas concentrações de self-services, estimulados pelas praças com mais clientes há uma concorrência que mantem os preços mais baixos e certamente obriga seus proprietários a fazer o mesmo nas compras, o que de certa forma pode contribuir para contensão de alta de preços. Certamente haverá outros universos que foram afetados pelos referidos restaurantes, porém só lembrei de escrever sobre isso por causa de um pirão que achei pouco consistente (o pirão que a minha mãe fazia era bem mais robusto) e lembrei que quase todo restaurante self-service no qual consumi tal iguaria a servia assim, meio mirrado. Aí pensei, será que tenho gosto exótico ou o pessoal copia o cardápio uns dos outros? Brincadeiras à parte esse é um negócio que parece ser para sempre.