Frutos da minha terra: provérbios e frases feitas

As variedades linguísticas de um país continental como o nosso são riquezas culturais que devemos compartilhar e cultivar, pois elas mostram além de nossas raízes, o cerne de nosso povo, de nossa gente. Aqui em Goiás não é diferente, temos nossas próprias frases feitas, nossos provérbios. Fiz um pequeno apanhado de algumas pérolas goianas. Vamos a elas:

Se referindo a um pão-duro:

“Fulano pensa que caixão tem gaveta.”

Desculpa esfarrapada por estar olhando onde não deve:

“E olho tem cerca?”

Para condenar quem vive falando da vida dos outros:

“A única coisa que a água não é capaz de lavar é a língua.”

Quando uma pessoa está tranquila:

“Está com o burro na sombra!”

Criticando certas parcerias:

“Passarinho que acompanha joão-de-barro vira servente de pedreiro!”

Para os bons de garfo no café da manhã:

“Dormiu amarrado?”

Aos maus pagadores

“Dívida é ruim para quem deve.”

Muitas vezes o caráter está estampado na cara:

“Só de olhar nos olhos do porco, dá pra saber se tem lombriga.”

Um brinde a bravura do goiano:

“Aqui em Goiás, a gente enverga mas não quebra!”

Quando bate aquela vontade de mudar de vida:

“Oh vontade de ser pobre feio e morar longe só um dia! Todo dia cansa!”

Essa, já cansei de ouvir:

“Quando um não quer, dois não brigam.”

Justificando um presente não muito bom:

“Cavalo dado, não se olha os dentes.”

Quando a coisa está muito feia:

“Mas essa é mais feia que bater na mãe em Sexta-Feira Santa por causa de carne!”

Se a feiúra continuar:

“ Credo! Isso é mais feio do que roubar de cego!”

Quando as crianças enchem o saco:

“Sai fora! Quem gosta de menino é pereba e lombriga!”

Mais uma da feiúra:

“ É mais feio do que briga de foice!”

Quando se fala demasiadamente:

“Em boca fechada, não entra mosquito.”

Para quem está apaixonado:

“Está mais bobo do que bezerro novo!”

Reclamando da cobrança de um amigo:

“Dever para pobre é pior do que dever para banco.”

Essa é nacional:

“Em briga de marido e mulher, quem está de fora não deve meter a colher.”

Incentivando a caridade:

“Quem dá aos pobres, empresta a Deus.”

Recriminando os reclamões:

“Galinha que grita que é dona dos ovos.”

Quando a chuva está fina:

“É chuva de molhar bobo!”

Quando a chuva está grossa:

“Essa chuva é para cachorro beber água sentado!”

Se o freio acabar:

“Na descida, todos os santos ajudam.”

Tem gente que nunca muda:

“Pau que nasce torto morre torto. Até a cinza é torta.”

Certas coisas, nada segura:

“Fogo morro acima, água morro abaixo e mulher quando quer, ninguém segura.”

Uma verdade absoluta:

“Homem feio, cachaça e bolacha, em todo lugar se acha.”

Essa aqui tem muitas versões:

" O que tem uns pingos a mais pra quem já tomou chuva de granizo no lombo!”

Outra verdade absoluta:

“Cavalo piado também come.”

Quando alguém está meio confuso:

“Já está confundindo Jesus com Jenésio.”

Antes de beber a cachaça:

“Aceita estômago, que é leite!”

Aos que ficam pastando por aí:

“Cavalo comedor, cabresto curto.”

Essa não sei de onde vem, mas ainda descubro:

“Se não se tem nada para fazer, vai cangar abelha.”

Tem muito goiano assim:

“Tem gente que finge que é leitão, só para mamar deitado!”

Ninguém irá notar se sumir:

“Mulher feia e jumento só quem procura é o dono.”

Goiano é mesmo do sistema bruto:

“-Aqui não, Pica-pau!!! Aqui é aroeira!!!”

“-Aqui não tatu, aqui é asfalto!”

“-Sai fora lambari, aqui é pintado!”

“ Aqui não, Chechênia!”

Para ficar esperto:

“ Quem tem leite de graça, não compra vaca.”

E essa não podia faltar:

“ Oh vontade de acabar com o pequi de Goiás!”

E quando se está quase morrendo de tédio, bate umas vontades estranhas:

“Oh vontade de capinar um lote!”

“Oh vontade de carregar um caminhão de lenha!”

Meire Boni e o povo goiano!
Enviado por Meire Boni em 03/08/2012
Reeditado em 07/08/2012
Código do texto: T3811475
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