NAMORADA DA PERIFERIA - pequena Crônica

Delícia este local esquecido pelo administrador público: ele não tem estrutura social adequada, mas tem amor.

- E olha ela, a Ande, indo para o Karatê, parece até que vai lutar pelo bem do mundo, tal empolgação.

A observação é de uma amiga e é feita em sentido descontraído e jocoso, mas que acerta em cheio ao alvo.

A Ande vai, sim, vai lutar pela restauração moral do país embora nem ela saiba claramente deste impulso, por reflexo. Vai à luta sim, num instinto de evolução, e tendo o filho menino sob sua exclusiva guarda e responsabilidade, onde o lado materno tem prevalência no que pensa e no que pretende fazer.

Mas, de lado esta questão de progresso moral e social, a Ande também ama: os pais, os irmãos, os amigos, os bichinhos, as flores¸ a natureza em geral e ainda, muito, a arte, tendo a literatura absorvido seus impulsos e parte dos Seus afazeres.

Sim, e daí? -

E você quer mais do que tudo isso? Ah sim, tem razão, não é só isso. Tudo isso não é o combustível único de tanta busca. Devemos acrescentar que a Ande está namorando, em um namoro em que vive o fato concreto, o quântico, e acima de tudo, em que, namorando, ela ama o amor. É isso: em além de todos os amores, Ande ama o amor HOMEM/MULHER, forte combustível de vida.