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A BANANA BABADA DO BOBO
Sinceramente, a lembrança marcante que ele me deixou foi a lembrança das bananas. Sim, por mais admirável que pareça, não há outra que não seja a lembrança das bananas!
Não os censuro perguntar por que particularidade tão simples, tão vulgar venha suplantar outras características ou feitos grandiosos que certamente compõem a vida das pessoas, e que, naturalmente, não pudessem vir referenciá-las no futuro, invés dessa banalidade assaz importuna?
É fato justo. Porém, é preciso reconhecer que a vida também está repleta de memórias triviais marcantes.
Ele se aproximava do grupo com uma banana na mão e outras no bolso. Jocoso, insinuava-se bobo. Descascava uma delas e mordia-a na ponta, bocada farta, mastigando-a com inescrupuloso sarcasmo; após, voltava a massa babada para a palma da mão, à mostra de todos.
--- Alguém aceita? Oferecia com ar desafiador.
Em retribuição, caretas de nojo e repulsa surgiam nas caras da maioria, embora a decepção também viesse estampada na cara de algum faminto.
--- Porco! Gritavam os meninos, quase unânimes.
Pouco lixava. Com requintes de sadismo voltava tudo à boca; lambia a mão e, metendo a língua entre os dedos buscava o caldinho que por lá ainda escorria. No final de toda encenação, fingia imenso prazer com tudo o que fazia.
Relembrando Túlio não me é difícil relembrar também de outras suas inegáveis qualidades contrárias às bananas, embora o episódio narrado me impressione mais, e me cause nojo até os dias atuais.
Sinceramente, a lembrança marcante que ele me deixou foi a lembrança das bananas. Sim, por mais admirável que pareça, não há outra que não seja a lembrança das bananas!
Não os censuro perguntar por que particularidade tão simples, tão vulgar venha suplantar outras características ou feitos grandiosos que certamente compõem a vida das pessoas, e que, naturalmente, não pudessem vir referenciá-las no futuro, invés dessa banalidade assaz importuna?
É fato justo. Porém, é preciso reconhecer que a vida também está repleta de memórias triviais marcantes.
Ele se aproximava do grupo com uma banana na mão e outras no bolso. Jocoso, insinuava-se bobo. Descascava uma delas e mordia-a na ponta, bocada farta, mastigando-a com inescrupuloso sarcasmo; após, voltava a massa babada para a palma da mão, à mostra de todos.
--- Alguém aceita? Oferecia com ar desafiador.
Em retribuição, caretas de nojo e repulsa surgiam nas caras da maioria, embora a decepção também viesse estampada na cara de algum faminto.
--- Porco! Gritavam os meninos, quase unânimes.
Pouco lixava. Com requintes de sadismo voltava tudo à boca; lambia a mão e, metendo a língua entre os dedos buscava o caldinho que por lá ainda escorria. No final de toda encenação, fingia imenso prazer com tudo o que fazia.
Relembrando Túlio não me é difícil relembrar também de outras suas inegáveis qualidades contrárias às bananas, embora o episódio narrado me impressione mais, e me cause nojo até os dias atuais.