BATALHA MENTAL

Decididamente ele fechou a porta e saiu à rua. Impulsionado pelo motivo caminhou com passos firmes. Na metade do caminho estacou. Uma ideiazinha matreira e incômoda se infiltrou no cérebro, como uma sombra escurecendo seus pensamentos. Indeciso, sentou num banco da praça e, com uma fita métrica mental, passou a medir os prós e os contras. O motivo seria, afinal, tão importante assim? E se, no final, quebrasse a cara? Tudo apontava para o sucesso mas o receio do fracasso crescia, minuto a minuto, assustadoramente. O que ele tinha em mãos? Uma palavra, um gesto, um olhar... coisas que no silêncio da noite lhe pareceram tão grandes, agora explodiam, como bolhas de sabão, à luz do dia. O que ele não tinha? Uma certeza, uma confirmação, algo concreto. E nesse conflito interior, nessa batalha entre o desejo e o medo, ali ficou. O dia se foi e o banco da praça ainda sustinha seu corpo. A dúvida ganhou esse jogo e ele perdeu a chance da certeza. Nessa batalha mental esqueceu que só enfrentando

o medo, vencemos a dúvida e concretizamos a certeza.

@ Dedico esta crônica a Annabailune, uma mulher forte,

de opinião, que não tem medo de enfrentamentos.

Giustina
Enviado por Giustina em 01/08/2012
Reeditado em 16/08/2014
Código do texto: T3808665
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.