UMA NOITE DELICIOSA
Dentro do carro, ainda pensava se eu iria gostar do passeio.
Não demorei mais do que 30 minutos para chegar ao local.
Meu filho, parou o carro em um estacionamento bem perto do estádio. Andamos duas quadras e lá estava ele, o Yankee Stadium.
Se o achei bonito por fora, ao entrar me encantei.
Ao passar a roteta de acesso, um senhor de idade nos dava boas vindas, fui notando que um número expressivo de pessoas idosas, trabalhavam no evento.
Uma verdadeira multidão adentrava o lugar, famílias inteiras de americanos, ali estavam para assistir o time local, os Yankees, disputarem a partida com os Orioles, time de Washington D.C.
Quando chegamos na escada para buscar nossos acentos, fique maravilhada com a visão lá de cima, o estádio realmente é lindo e estava repleto de torcedores.
Nesse exato momento, o hino nacional americano, teve início. Paramos, pois o momento pedia, e ficamos ouvindo, e somente quando acabou, fomos nos sentar em nossos lugares.
A visão colorida e alegre daquele momento, mais o som do hino, me emocionaram.
Esse é um fato que sempre ocorre comigo. Certa vez viajávamos pela Europa, eu meu marido, e um casal de amigos, havíamos saído da Espanha, com destino a França, paramos em Biarritz, uma linda cidade francesa. Depois de nos instalarmos em um gracioso hotel, fomos caminhar pelo lugar. Ao passar por uma praça, um grupo de pessoas, hasteavam a bandeira francesa, e cantavam o hino daquele país. Uma emoção tão forte tomou conta de minha alma, que não consegui conter o pranto, as lágrimas desciam calmas, mas em abundância.
Duro foi explicar ao casal de amigos, essa sensibilidade que tenho, meu marido já está acostumado, e meu filho também, por isso, não estranharam quando ontem, ao ouvir o hino americano, meus olhos marejaram.
Mas, voltando ao jogo, eu que estava em dúvida, se iria gostar do programa, pois, definitivamente, não gosto de esportes.
Fui dos quatro a que mais se encantou e aproveitou, meu filho se deliciava, com a minha alegria frente ao espetáculo, pois aquilo que vi ontem, não foi um simples jogo de baisebol, do qual alias não entendo nada. Mas, sim um espetáculo de tirar o chapéu, pela ordem, produção bem feita e beleza.
As crianças, jovens, adutos e idosos, torcem, brincam, comem, cantam, vibram, conversam, opinam. Tudo dentro de uma ordem de se admirar.
Meu filho avaliou que ali, haviam mais de 50 mil pessoas, e no entanto, nenhum palavrão se ouviu, nenhum transtorno ocorreu, desde a entrada do estadio até a saída.
Pura diversão, uma diversão saudável, que mesmo com o time da casa perdendo, a alegria prevaleceu até o final.
Em um dos intervalos, fomos comprar algo para comer, e lá estavam as crianças e jovens acompanhados de seus pais, avós, se servindo daquelas porções imensas.
Ri demais, ao ver um garotinho que estava à nossa frente na fila, junto com seu pai, pedir um balde repleto de minis hamburguers. Isso mesmo, um balde com o emblema dos yankees, cheio do famoso lanche americano. Olhei para ele e disse: que imenso! Ao que ele prontamente me respondeu sorrindo: "Só pra mim".
Na nossa vez, compramos um pacote gigante de batatas para cada um. Elas vem servidas com muito queijo derretido por cima, totalmente saudável, rss, e refrigerante, e lá fomos nós, continuar a assistir ao espetáculo, agora na companhia das batatas.
Observei que os vendedores que passavam o tempo todo vendendo de tudo, pra se comer e beber, ao entregar uma cerveja, pediam a identidade. Alías nem precisavam pedir pois os americanos já mostravam junto com o dinheiro. Curiosa, perguntei ao meu filho, porque um senhor idoso, à nossa frente, teve que apresentar o documento, e meu filho respondeu: "é uma lei, e por aqui se cumprem as leis".
Ao final o placar pendeu para o Orioles, mesmo assim, na saída a tranquilidade e a alegria, era igual a da entrada.
Pensei: bom que nunca me fecho ao novo, pois, se resistisse em vir, por certo teria perdido uma noite deliciosa.
(na foto o relógio do estádio, marca 19.50, e o céu continuava azul claro)