AMOR PRÓPRIO

O meu medo de amar não é porque nunca amei ou nunca fui amado, mas porque não quero mais ser escravo de ninguém quando amo alguém ou alguém diz me amar.

O meu trauma nunca foi a desilusão, mas sim a escravidão.

Tem gente que pensa que porque te ama, ou porque ouve de ti um simples “eu te amo, meu amor”, pode prender sua liberdade dentro de um presídio chamado “ei, menino, cadê você?”; “ onde você está?”; “o que você fez?”; “com quem você estava?” etc. o escambal e tal!

O nome do presídio é SATISFAÇÕES.

O problema do amor é que ele estraga a vontade. Tudo porque, infelizmente, amar é o medo de ser livre... É o medo da solidão.

O amor, em si mesmo, é um insucesso: é quando você perde para um estranho o direito de ser de outros estranhos. Um fracasso pleno da liberdade.

É a corrupção total da autonomia de ser ousado com a própria independência.

Ora, o amor é altruísta... Sacrifício do egoísmo. Pois amar já é perder a cara-metade do amor próprio.