Mesmo aquele que muito sabe, às vezes, não consegue enxergar o óbvio
Hoje pela manhã, numa avenida próxima à minha casa, estava eu, aguardando a condução para o meu serviço e presenciei uma cena com um pai e seus dois filhos.
Bem perto do ponto em que estava, na avenida Guarapari, há uma escola infantil, com berçário, e que pela manhã o footing se estabelece, em virtude dos pais levarem seus filhos para o estabelecimento de ensino.
Nós temos o hábito daquele olhar holístico enquanto aguardamos o “cata-ossos” ( como era chamado ônibus no interior ), pois é muito perigoso ficarmos desatentos. É sempre com “um olho no gato, outro no peixe”, senão perde-se o ônibus.
Nesse soslaio, vi um cesto com uma criança junto ao portão:
- Que é isso, Meu Deus ! Pensei comigo mesmo.
Logo em seguida, ouvi a porta de um carro batendo e um senhor com outro cesto, e outra criança, segurando uma bolsa com apetrechos infantis, caminhado até o portão e tocando a campainha da creche.
Então, uma atendente sorridente achegou-se, apanhou o cesto que estava no chão, pegou a bolsa do pai, a colocou tiracolo, e segurou o outro cesto e dizendo-lhe:
- Tenha o senhor um bom dia !
Pensei comigo:
- O que não faz o dom materno!
E ainda além:
- Individuo algum fugirá à experiência, até mesmo aquele que muito sabe, pois esse não consegue, às vezes, enxergar o óbvio.