O AUTOR DA DEDICATÓRIA
Hoje ao entrar em uma loja da Disney, para comprar um presente, me lembrei de seus belíssimos parques na Califórnia, e em Orlando.
No entanto, alguma coisa, que não pude perceber o que foi, depertou minha memória, e minha alma voou, sem que meu corpo pudesse impedí-la.
Fui pousar direto no parque de diversões, que se instalava em nosso bairro, durante algumas semanas do ano.
Me lembrei, como eu esperava por aquele acontecimento.
Era um parque muito simples, nele uma velha roda gigante, meio enferrujada, mal pintada, era a atração principal da criançada, umas barracas de jogos de argola, um carrossel com meia dúzia de cavalinhos, e o parque estava montado.
Na verdade nenhuma dessas atrações me interessavam, o que eu gostava mesmo, era da barraca, com o serviço de correio musical.
Era delicioso ficar esperando junto com minhas amigas, para ouvir as músicas que eram tocadas, e quando terminava, nem respirávamos, para escutar o locutor anunciar, no auto falante, para quem aquela canção havia sido dedicada.
Normalmente, não se falava o autor da dedicatória, que pedia segredo.
A dedicatória vinha sempre com palavras inocentes, como por exemplo: "dedico essa canção a bela jovem de blusa vermelha".
Claro que, a maioria das vezes sabíamos quem nos dedicava a música, e o coração disparava de emoção.
Tempo bom, que deixou uma doce nostalgia.
Depois daquele parque simples, conheci outros, mais sofisticados, como a Disneylândia, ao qual toda vez que vou me divirto muito. Porém, nenhum outro parque, tem o sabor daquele, montado em um terreno vazio, com seus brinquedos mal conservados, suas barracas mal iluminadas, mas para o meu coração de menina moça, um local de doces e inesquecíveis lembranças.
(foto da autora- NY)