APOCALIPSE RUBRO-NEGRO EM QUATRO ATOS
No último domingo, 29 de julho, levamos um tremendo baile dos Bambis, durante o retorno de Rogério Cena, a biba maior. E nessa boiolística festinha, sobrou para nós o bagaço da laranja, com os 4x1 impostos pelas donzelas da capital paulista. O número quatro tem ainda um novo e pérfido significado para a Nação: é a quantidade de jogos que não vencemos no atual Campeonato Brasileiro. Desde o já remoto triunfo em Salvador sobre o Bahia, o Flamengo foi goleado em casa pelo Corinthians por 3x0, caiu em Belo Horizonte por 1x0 contra a Raposa, empatou no Engenhão sem gols com a frágil, diga-se de passagem, Portuguesa, até a patética apresentação no estádio do Panetone. Matematicamente, conquistamos míseros quatro – olha aí este número outra vez – pontos nos últimos 15 disputados e colocamos a bola nas redes somente três vezes contra nove azeitonas depositadas na nossa empadinha. A distância para a lúgubre zona dos quatro, que não é do meretrício por ser muito mais indecente, caros rubro-negros, é de tão somente...Quatro pontos!
E já que esse algarismo anda tão próximo da angustiante participação flamenguista no supracitado campeonato, eu gostaria de destacar um quarteto nada fantástico cujas atuações têm sido, com o perdão do péssimo trocadilho, tétricas. Tratam-se dos mortos-vivos Leonardo Moura, González, Welinton (ele de novo, meu Deus...) e Aírton. Os níveis de futebol desses quadrúpedes, somados, não totaliza um quarto do que o Flamengo precisa para se recuperar. Senão vejamos: é um lateral-direito em decadência, um zagueiro que parece ter esquecido sua qualidade na Universidad do Chile, outro que nunca jogou bulhufas e um volante que não marca, não corre, não ganha divididas e não acerta passes. Quatro também é o número de técnicos anteriores a Dorival que, sob a batuta da “Amadorim”, tentaram em vão construir uma equipe decente: Rogério Lourenço, Silas, Luxemburgo e Joel Santana. Hoje ainda é julho; dentro de quatro meses, o Flamengo tem uma audiência a respeito dos R$ 40 milhões em dívidas trabalhistas com o Punheteiro Gaúcho. O cenário é funéreo para rubro-negros de quatro costados espalhados pelos quatro cantos do país. Enquanto isso, a presidente aloprada, malandramente, encontra-se na capital inglesa para curtir um evento esportivo que se repete a cada quatro anos. Com sua inequívoca aura de derrotada, a agourenta mandatária já malogrou três atletas da Gávea. Ave César, não seja o próximo!
Assistir aos jogos do Flamengo tem sido como viajar ao mundo dos mortos. Um nauseabundo e amedrontador frenesi. Time e clube dividem-se em quatro “nãos”. O time não tem padrão tático, não marca o adversário, não cria jogadas inteligentes e não finaliza. O clube não tem uma administração correta, não paga em dia, não tem equilíbrio político e não tem um quadro decente de associados. Situação tétrica para o tetracampeão mundial Zinho, na direção de futebol!
O Apocalipse pode estar chegando para nós, irmãos flamenguistas. Todavia, não serão quatro cavaleiros que o provocarão. O único campeão mundial entre os quatro grandes do Rio de Janeiro padece de quatro dos sete pecados capitais. A Preguiça, que impede o clube de investir em novas ações de mercado e com isso se expandir; o Orgulho, impossibilitando assim o reconhecimento das próprias falhas; a Gula por jogadores caríssimos e que pouco ou nada ofereceram ou ofereceriam; por fim a Inveja, esta presente em nós torcedores, carentes de ver no Flamengo aquelas iniciativas e decisões que sempre funcionam em muitos clubes. Uma Nação de 40 milhões de súditos não merece um desgosto tão profundo.