O Sagrado e O Profano
Quero provar o que quero, sou teimoso, sei que erro, mas também sei que acerto.
Quero sentir o que há para sentir, sem vergonha, sem receio, pois não tenho medo de coração partido; sei que para achar a tampa da minha panela, vou sofrer, vou ser ferido; mas também sei que além do espinho, há a beleza da flor e o doce sabor das pétalas se abrindo, em cada toque, em cada carinho, nessa jornada de não estar no mundo sozinho.
Meu coração é a bússola, mas deixo o barco navegar. Na Ilha do Amor hei de chegar, mas até lá deixo meu corpo me guiar pelo mar das atrações e sintonias, tentando perceber quem não se encaixa e quem esta na minha, ao mesmo tempo que conheço cada vez mais quem eu sou e o que me fascina.
Sei que na busca do amor nada é pecado e tudo é sagrado; sei também que quem aponta o dedo, morre de vontade de provar daquilo que diz ser errado, por isso entrego-me nessa busca com todo o meu ânimo, pois desconfio que o anjo desce a terra de vez em quando, para provar do que é profano.
Com ou sem alguém vou seguindo meu caminho, com o coração aberto a quem pintar no meu caminho e me convide para a dança do “vir pra ficar”, mas se isso não rolar, pelo menos terei provado o que é, entre os seres humanos, o momento mais sagrado:
a beleza de amar e ser amado.