Às duas da manhã

Nem sei ao certo como que saí da sala, só sei que não vi muito bem como passei por lá.

Bobo eu fora de pensar que em uma casa de horrores daquelas, somente uma sala me causaria arrepios. No cômodo em que saí, havia coisas ainda mais estranhas do que onde eu já estivera: vi uma parede abarrotada de livros, com lombadas de couro antigo, algumas já bem gastas pelo tempo. Também havia objetos pendendo do teto: eram frascos, raízes, plantes secas, animais empalhados... e em outra parede havia uma prateleira coberta de frascos com conteúdos multicoloridos...

Aquilo tudo me assustou e também passei correndo por ali.

Quando cheguei na escada, esta se desfez na minha frente, se transformando num enorme escorrega, que parecia desembocar em um breu infinito.

Eu queria sair logo dali, o medo estava me atormentando e tudo aquilo me sufocava.

Debrucei no corrimão e fui descendo a escada de vagar, como se fosse um escalador. Quando cheguei ao que me parecia o térreo, cai de bunda no chão. Na minha frente, estavam criaturas estranhas, todas elas escuras, espalhando maus agouros pelo ambiente.

Uma criatura encapuzada veio se aproximando de mim, e de dentro do capuz eu vi tentáculos saindo e se aproximando de mim. Aquilo dava medo. E como.

Quando aquelas pinças se aproximaram ai máximo de mim sem me tocar, eu não aguentei mais: gritei como se aquele som pudesse salvar a minha vida.

E, de certa forma, ele realmente salvou: acordei totalmente suado, às 2:00 da manhã. Sentei-me na cama e comecei a pensar que escrever aquele livro não estava somente me tomando mais de 14 horas por dia, como também alguns sonhos...se bem que esse pesadelo me rendaria um bom capítulo...a noite não fora de todo perdida.