PARA NOSSA ALEGRIA...
Para nossa alegria...
Depois que a dupla, Jefferson e Suellen, apareceu na internet, cantar “Para nossa alegria” virou motivo de riso ou de alegria. Mais de vinte milhões de acessos! Seria devido às caricaturas do rapaz ou à moça desafinada? O riso torna-se inevitável, mas engraçado mesmo é pensar que para nossa alegria faltam poucas coisas.
Nós não nos preocupamos com as questões políticas “Tanto faz, de todo jeito vão roubar mesmo”. Essa frase se torna lugar comum em período pré-eleitoral ou de eleição, mas engajamento mesmo é muito pouco. Conhecer os candidatos novos, trazer à tona as peripécias dos eleitos, que têm intenção de reeleger-se, pode ser motivo de alegria. Alegria para o país, é claro, pois os possíveis mencionados dirão que não sabiam de nada e que sua assessoria é que era falha. É como se para nossa alegria bastasse deixar para lá, pois tudo se resolverá sozinho.
As Olimpíadas – importante evento esportivo – refratam as questões de corrupção no Brasil, as águas correm tranquilamente e ninguém mais quer saber se esse ou aquele processo vai ser julgado. Importa mesmo é saber quantas medalhas eventualmente o país está ganhando. Para a nossa alegria, são dezessete dias de muito esporte e desvio de atenção. Não é engraçado como não conseguimos conciliar as coisas. Para alegria de quem?
Não é engraçado, mas as mazelas sociais (como, por exemplo, o crack e a pedofilia) continuam aniquilando e mutilando seres humanos; a educação, até mesmo nas instituições federais, pede socorro, mas não há tempo para resolvê-la. É mês de férias. A saúde pública seja de responsabilidade municipal ou estadual é precária, mas temos motivos para sorrir. Claro, o sorriso alivia dores, ainda bem. Já que o exercício da fé torna-se cada vez mais distante, precisamos nos agregar a outros subsídios.
É como se tudo estive indo bem, “Para nossa alegria...”. As caricaturas políticas já são bem conhecidas, mas insistimos em votar nelas; os discursos desafinados continuam os mesmos, mas ignoramos o árduo processo de conscientização. Realmente precisamos de vídeos postados na internet – podemos bater a marca de 30 milhões de acessos - a fim de buscarmos motivos para nossa alegria, mesmo que seja ínfima alegria.