O preço de ser diferente

É difícil aceitarmos a realidade que não podemos agradar a todos.

A gente é criada com muitos conceitos do tipo: “o que os outros vão dizer?” e atualmente a preocupação é: “O que é politicamente correto?”, a frase é claro, não se refere somente à política, mas em todos os contextos que ela puder ser inserida.

Se nos preocuparmos o tempo todo, com a opinião alheia, estaremos desfigurados e sairemos de nosso centro. Antes de ouvir a voz do mundo, precisamos ouvir a nossa voz do eu mais profundo. Difícil não é? , podemos pensar, com tanto barulho ao nosso redor...

A aceitação de si mesmo com suas imperfeições, às vezes dói. Fazemos uma imagem de nós mesmos, que na maioria das vezes não corresponde com as ações que praticamos. Isto por si só, gera um conflito de imagem e atitude para quem nos cerca, e para nós mesmos?

Parece que a corda é sempre puxada por dois lados: Razão X Emoção. Como se não bastasse, a guerra que travamos com nosso ser tendo que fazer escolhas básicas e fundamentais, dependendo dos erros e acertos, depois surge à culpa ou a sensação de plenitude.

Viver consciente, em plenitude, em equilíbrio de corpo e mente, sem deixar-nos levar por tudo o que se apresenta a cada momento. Evitar fazer escolhas se pudéssemos, apenas aceitar o que a natureza nos provê e contentar-nos com o que nos cerca, a priori, seria satisfatório, mas como seres humanos que somos, é impossível viver sem escolhas.

A vida segue, pagamos nossos tributos às questões existenciais. Triste é quando nos apegamos demais aos resultados e nos sentimos pobres, esvaziados, de energia, de esperança, de sonhos, de vontade de seguir em frente. Ai vem a frustração, o desânimo, o despeito, a angústia e a sensação de que falhamos. Comparar-nos aos outros, aos seus feitos, defeitos, conquistas, domínios, controles, manias, superstições e crenças, é o que primariamente fazemos, por contágio, para depois selecionarmos melhor e descartarmos o que nos interessa, e armazenamos no nosso bazar de conceitos. Muitas pessoas ficam presas a tantos hábitos, adquiridos sabe-se lá onde, quando, ou se pegaram diretamente do Cosmos.

O preço de ser diferente é ser você mesmo, e estar pronto para receber o que for melhor para nosso crescimento e evolução pessoal e espiritual. O resto? Sempre haverá o resto, e considere o resto tudo o que você não pode, não deve, não quer, não gosta, jamais vai tentar abraçar. O preço de ser diferente é reconhecer que cada pessoa é um universo a parte, e se aprendermos a nos conhecer melhor, exigiremos menos dos outros que nos cercam, esperarão menos, sofreremos menos e poderemos alcançar o brilho das estrelas, quando mergulharmos nosso olhar profundo no véu da noite, pois sabemos que no final de uma noite, sempre haverá outro amanhecer, talvez ensolarado, ou nublado, mas a luz sempre virá.