Kim Phuc e os Escravos da Guerra
Lembram daquela menininha “correndo nua no meio de uma tropa de militares, tentando sobreviver a um ataque da bombas de Napalm ao seu vilarejo, Trang Bang?” Era o dia 8 de junho de 1972. Tratava-se da guerra do Vietnam. A foto dela correu o mundo. Seu nome: Phan Thi Kim Phuc. Teve 65% do corpo queimado, mas conseguiu sobreviver. Foi estudar medicina em Cuba, onde se casou. Passou a lua-de-mel no Canadá, onde conseguiu asilo político e parece que ainda vive por lá. Tornou-se uma pacifista mundialmente conhecida.
Um fato interessante nessa história é que, diante da foto que ficou famosa no mundo todo, o Sr. Richard Nixon, presidente dos EUA na época, disse publicamente que “aquilo era uma farsa montada para desestabilizar os planos da América na Guerra do Vietnam”. Esse mesmo cidadão determinou o envio de milhares de jovens norte-americanos para a morte em decorrência de um estúpido conflito com a União Soviética.
O conflito é estúpido na visão de pessoas de bem, ou dos que acham que a guerra é um inferno – “war is hell”, como estava escrito no capacete de um soldado norte-americano não identificado, lutador no Vietnam. Mas os mandatários das grandes potências terão milhares de justificativas para essas ações. Não nos cabe aqui encontrá-las.
Do Vietnam para cá, de Nixon para Obama, quantas guerras os Estados Unidos tiveram (ou terão) oportunidade de iniciar e patrocinar? Quantas famílias americanas ficaram sem seus filhos? Michael Moore que o diga.
Protestos têm acontecido na grande potência do norte. E o cineasta que acabo de citar talvez encabece a lista deles. Recomendo o seu filme Fahrenheit 9/11, possivelmente o mais conhecido, de bastante sucesso mesmo dentro dos Estados Unidos.
Mas nada muda. Talvez como resposta a essas manifestações pacifistas, contrárias à paranóia americana de guerra, os americanos tenham passado a priorizar em suas ações bélicas o uso de mísseis, tipo Tomahawk, por exemplo, e os drones, aviões não tripulados para lançamento de bombas. Na tentativa de poupar a vida de pilotos e soldados. Ou continuem insistindo na utilização de efetivos militares de seus clientes ou nações amigas, valendo-se de organismos como a OTAN, ou até na utilização de mercenários.
Maricá, 28/07/2012