A CRÔNICA

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Curiosa Siné dirigiu-se à igreja. Benzeu-se. Sentou-

se e tirou de sua bolsa o jornal. Foi folhando até

chegar na coluna de Maxi. E começou a ler:

“O amor em sonhos e realidades. Prezados leitores.

Sempre venho a vocês semanalmente falar das

relações humanas e suas dificuldades. Atualmente,

tenho vivido um conto de fadas. Lembram-se vocês

de alguma vezes ter citado em minhas crônicas uma

mulher que sempre sonhei? Era minha companheira

ideal. Não digo que não tenho que agradecer às mui-

tas mulheres a que conheci e que, muitas vezes, traçamos

histórias muito felizes. Decepções vivi sim. E

mesmo elas, ajudaram-me a definir o meu padrão do

que realmente quero para minha vida. Agora volto a

falar de minha companheira ideal. Vejam só os senhores.

Sairei de minha formal maneira de escrever

baseada na ciência, para de maneira quase que coloquial,

traduzir o que estou vivendo. Há poucos dias,

no lançamento de meu último livro havia feito um

pedido aos céus. Que precisaria conhecer alguém

especial. E foi, nessa mesma noite, que conheci. Eu

antes mesmo de conhecê-la pessoalmente, já a imaginava

há muito tempo. A descrição era a mesma: fisicamente,

intelectualmente e sentimentalmente. Ela

poucos dias, em forma de sonho, já havia se apresentado

a mim. Seu rosto não conseguia enxergar, mas

sua voz para mim era clara, era a mesma da mulher

que me ajudou ter sucesso num dos eventos mais importantes

a que participei. Meu maior contrato com

uma editora. Minha maior chance de minha vida. Sobretudo,

minha noite mais feliz depois de tantas que

se passaram como que se fosse a repetição de outras

opacas noites. Saliento que sua luz era sem igual.

Sua aura de bondade era um coisa fora do normal.

Sua aparência física era completada por uma sabedoria,

daquelas imanentes, daquelas que nasce com

a pessoa. Confesso que ela não precisa dizer muitas

coisas. Como já falei, eu já a conhecia. Senti medo

disso. Mas o amor é maior. As viagens que fiz me

conduziram para caminhos desconhecidos. A cada

uma delas a novidade me trazia algo um pedaço do

desconhecido e necessário à minha vida. Sinto que

de todas as viagens amorosas essa é a que mais tem

a me trazer algo novo. (Desculpo-me aqui aos meus

amores passados a que tenho muito que agradecer).

Confesso que pensei que não confessaria nunca um

amor. Principalmente a vocês leitores. Nunca fui tão

pessoal nas minhas escritas destinadas a vocês. Mas,

achei que esta seria a chance de me fazer conhecer

– uma pessoa sensível, leitor de poesias, que se emociona

com um filme, que se emociona com a natureza,

que se compraz com aqueles que padecem, e que

também sofre, mas não deixa de acreditar. Em meus

artigos, vocês sempre encontrarão um pouquinho

de mim. Hoje vocês tiveram a chance de ver muito

de mim. E isso graças a uma mulher que colocará

com certeza nos meus próximos livros, se ela mesma

quiser, um charme maior às minhas manifestações

por quanto tempo ela assim desejar. Termino, hoje,

afirmando que vale a pena se entregar ao amor, ele é

o remédio a todos os males trazidos pelo tédio. Uma

ótima e iluminada semana.”

marcio j de lima
Enviado por marcio j de lima em 27/07/2012
Reeditado em 27/07/2012
Código do texto: T3800796
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