A MORTE NÃO É TRAGÉDIA
A MORTE NÃO É TRAGÉDIA
Iran Di Valença
Vivo longa vida num ambiente que considera a morte uma “tragédia”, mesmo ela acontecendo de causa natural. Todavia, concebi que é uma contradição, considerando que teremos, inexoravelmente de enfrentá-la, ao término do nosso prazo da missão de vida espiritual corporal. O tabu é sobretudo provocada por certas religiões com ameaças aos pecadores das profundas do inferno, etc., acrescidas do apego do ente humano aos bens materiais e afinidades de parentes e amigos. E, como viver também é perspectiva de pecar, poucos decidem enfrentar a morte se destruindo a si próprio instigado por algum fracasso do seu próprio ego na vida corpórea.
Á parte as mortes provocadas por idade e por outros fatores normais num mundo material e as por violências, não percebo a razão de tanto desprezo originário de ato e ação divinos. Os óbitos provocados por doenças físicas são acontecimentos advindos dos sistemas da vivencia não condizentes com a saúde do corpo físico. Devendo se salientar que o espírito não aceita essa contaminação, daí passar a implorar o auxilio divino para livrá-lo da cadeia física que involuntária ou por displicência que se lhe deixou envolver. Particularmente, como espiritualista, não absolvo a convicção de que o Criador ou os Santos como são designados alguns mortais que se sobressaíram na vida espiritual corporal com os méritos para serem assim designados, mesmo considerando o falho senso de julgamento do gênero humano. Assim, separo os atos da vida material da espiritual, tendo como base episódios de outras encarnações cujos débitos devem ser saldados.
Cabe-nos aceitar o acontecimento, quando natural, com o devido respeito às leis divinas, deixando claro que não se deve ausentar ou renunciar as afinidades espirituais, mormente se o falecido se portou de modo digno, orando com intenção de auxiliá-lo como avalista na sua reentrada da vida espiritual. Devemos louvar a ação de alguns amigos do falecido que, atendendo uma sua vontade, promovem show na hora do seu enterro. Claro, que não defendo desses propósitos em respeito à dor dos parentes e amigos mais próximos, mas devemos saudar a morte como se o falecido estivesse de partida para outras paragens sem previsão de retorno, conquanto plausível, uma vez que todas as religiões e ritos, consideram a morte como redenção e a vida como provação. Saudemos as mortes naturais como saudamos as vidas que nascem. Aos primeiros, oremos por seus espíritos; os segundos não lhes neguemos sincero amor.
Por outro lado, não concebo que alguém, imbuído por instinto de ódio ou de mesmo de auto defesa, tire a vida do seu semelhante, seja quaisquer circunstancias.
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