ANDAR É PRECISO... COM OS AMIGOS E NO PARQUE
ANDAR É PRECISO...COM AMIGOS E NO PARQUE
“...Foi fazer no domingo
Um passeio no parque...”
(G. GIL)
A herança genética que trago de meus pais, não se manifestou em mim até por volta dos 27 anos. Antes, desde a infância, sempre permaneci magro, aliás muito magro, a ponto de minha mãe não deixar, jamais, de me obrigar engolir aquele horroroso óleo de fígado de bacalhau. O tempo de colégio, que durou por volta de oito anos, foi de intensa atividade esportiva, mantendo-me fisicamente em ótima forma, que se manifestava através de um corpo esguio. Um verdadeiro atleta.
Assim foi durante o curso superior, que frequentei já trabalhando. Pouco antes da formatura, veio o casamento, o primeiro filho, começando, a partir daí, a aparecer os primeiros indícios daquilo que herdei, geneticamente, do pai e da mãe, sobrevindo, então, a obesidade. E com a qual travo, até hoje, intensa batalha. Agora, estou conseguindo vencer. Felizmente. Antes tarde do que nunca.
Entretanto, nunca deixei de, pela manhã e diariamente, caminhar. Vou ao ex Parque Duque de Caxias. É um hábito saudável, porém, exige paciência, persistência e determinação. Porque, primeiro, não é fácil levantar da cama antes das cinco da manhã, principalmente no inverno. Depois, com o passar do tempo, a caminhada se torna monótona, enjoa. Isso se supera, através de companhia. Tenho um grupo formado há muitos anos, cujos componentes se tornaram verdadeiros amigos. Em todos esses anos, conheci muitos frequentadores. Engraçado, no Parque, todos se igualam. Lá não tem o doutor, o empresário, o professor. Todos estão ali com a mesma finalidade, os mesmos objetivos: manter uma atividade física, e cuidar da saúde!
Pois então, somos em onze: três professores, Clóvis, Pedro e José Luiz, um empresário, o espanhol Antonio, dois ex industriários economistas, Gilberto e Rudinei, um contabilista o Valter, dois vendedores, Alba e Luiz André e dois advogados, o José André e eu. O convívio diário, apesar de apenas uma hora e meia, serviu para solidificar uma amizade muito grande. Após a caminhada, um cafezinho na padaria, para os últimos comentários. O grupo já é folclórico. Durante uns quinze minutos a padaria é palco de muita alegria. Todo mês comemoramos os aniversários de cada um, com jantar pago ao aniversariante. Existe um “furão”, isto é, o Dr. Pedro, médico, que comparece aos jantares, apenas. Aliás, muito bem vindo! Não preciso nem dizer que as caminhadas são muito divertidas, entremeadas de piadinhas (algumas bem apimentadas!); porém, as melhores são as que saem espontaneamente. Todos são muito criativos e, por esse motivo, os quase seis quilômetros diários, passam imperceptíveis.
O Parque é um capítulo à parte. Sua vegetação é espetacular, tendo uma beleza paisagística magnífica. Em termos de conservação, para os fins a que dele faço uso, não posso muito me queixar. Somente os sanitários mereceriam maior atenção, se bem que os vândalos de plantão sempre estão provocando a destruição dos mesmos. O que deixa a desejar é a segurança. Como patrimônio municipal ele mereceria ter maior policiamento, pois, em fins de semana a situação é bem triste. Sob todos os aspectos. E, os sanitários, estariam sob controle, assim como outros equipamentos. Além disso, há, também, falta de atendimento médico, eis que, sendo um local de atividade física, está o parque sempre sujeito a imprevistos, como aconteceu recentemente, de um cidadão sofrer parada cardíaca e houve dificuldade em socorrê-lo.
Como devem ter reparado, deixei de citar o nome atual do Parque, por razões que não vem ao caso comentar. Omissão propositada.
”...Lá perto da Boca do Rio...
Foi no parque
Que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu...”
(G. Gil)