VOVÓ ANTÔNIA!
Querida, amada, bondosa, carinhosa, dedicada, cuidadosa, alegre, humana, amiga e o melhor de tudo: uma filha de Deus, crente fiel, dedicada e obediente à palavra do Senhor.
Todos os domingos nós vestíamos a melhor roupa, as roupas novas e as melhores roupas eram para ir à Igreja, como se dizia, a estreia seria para louvar ao Senhor. Eu e meus irmãos Renato e Ronaldo ficávamos prontos esperando por ela que morava perto da Estação do trem, era uma subida um pouco forte até chegar a nossa casa que ficava no centro da cidade, aliás, a nossa Igreja Presbiteriana era no fim da nossa rua. Quando a vovó chegava a gente já estava até um pouco com a roupa amarrotada de tanto correr de um lado para o outro. A mamãe, toda linda, ia nos apressando para não perder a hora da Escola Dominical.
Mas tinha um porém... A vovó Totonha era uma verdadeira pata choca, andava devagarinho sempre com uma sombrinha, pois o sol era muito quente, a mamãe como toda jovem era muito apressada, ih... Ela mandava a gente acelerar e vovó ia ficando para trás, lembro que eu falava: anda vó! Anda vó!
Ela não importava de ficar para trás porque parava em todas as casas no caminho para cumprimentar ou ás vezes apenas dar um sorriso. Muitas mulheres ficavam nas janelas olhando as pessoas passarem. Que benção maravilhosa para nós termos o privilégio de ir á Igreja todos os domingos. A mamãe e toda nossa família tanto paterna como materna nos ensinou a respeitar todas as religiões. Ipameri-GO sempre foi uma cidade católica, mas sempre fomos respeitados por sermos evangélicos, convivemos com pessoas maravilhosas.
Fugi um pouco do assunto. Quando a vovó conseguia chegar à Igreja a lição dominical já estava quase no fim, todos riam e brincavam com ela, mas era sempre com um sorriso que ela respondia que custou, mas chegou. Nesta altura nossos primos queridos, Samuel, Rachel, Júnia, Paulo e Mirian já tinham se juntado a nós e depois da Igreja descíamos para a casa da vovó para brincar, pegar manga, catar ovos para vender pros alemães que eram vizinhos.
E ela, cadê... Ficou pra trás, quando chegava ia terminar o almoço que deixara começado. Hum... Que delicia, fogão de lenha e aquelas almôndegas deliciosas que eram chamadas de bolas de carne, e o macarrão grosso, muito molho, muito queijo, tem razão de sermos, bocas boas.
Às vezes eu dormia na casa da vovó, eu e os meninos, Renato e o Rone, a casa era grande demais, pois antigamente tinha sido uma pensão, mas isto fica para outro relato, tinha tanto quarto, era tudo tão escuro, quentinho e o barulho dos trens de ferro fazendo manobra a noite era maravilhoso, de vez em quando um ou outro apitava, era música para nossos ouvidos.
Que saudade, muita mesmo, doída, grande demais, estou até escutando o vai e vem dos trens e é muito bom...
Goiânia, 15 de março de 11. “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque sua benignidade dura para sempre” Sl 136 vrs 1. Sônia
HOJE, 26 de julho é o dia da AVÓ, PARABÉNS A TODAS E GRANDES BENÇÃOS!
Legenda e referência pessoal:
Ipameri- Goiás – cidade do interior do Estado;
Vovó Antônia – mãe do meu pai Pérsio Pedroso de Moraes;
Mamãe- Paulina de Souza Moraes;
Renato, Rone – meus irmãos;
Samuel, Rachel, Júnia, Paulo e Mirian – meus primos;