ROTINA, IMAGINAÇÃO E VARAIS


Semana passada fomos passear sem rumo, programamos o GPS do carro, para nos levar a  New Jersey.
Ao chegar em uma cidade de nome Verona, paramos pra almoçar, em um restaurante pequeno e acolhedor. Uma garçonete simpática veio nos atender, falou tanto, antes de nos entregar o menu, fiquei a imaginar, que mal sabia ela, que eu, entendi, digamos 50% de tudo que ela disse. Mas, o que importa é que, a ouvia com atenção e um largo sorriso nos lábios. Creio que isso a deixou mais animada ainda, pois, não parava de falar.
Após a refeição, nos encaminhamos para o carro, com a finalidade de conhecer um pouco da cidade. Adoro adentrar ruas repletas de árvores e casas, e por aqui isso, é o que não falta.
Em lugares como esse as pessoas vivem mergulhadas na natureza, esquilos, coelhos, pássaros, e bambis, convivem com as flores dos jardins sem cercas ou muros das casas.
No momento que passávamos devagar de carro, por um condomínio de belas casas, uma mãe saía de sua residência, de mãos dadas com duas crianças, havia alegria nos rostos delas, conversavam animadas.
Andamos um pouco mais, e avistei um casal de idoso sentado em paz em um banco de uma bela praça, percebi muita cumplicidade e vida, nos olhares que trocavam, e fiquei feliz em ver a cena.
Em outra residência, um trabalhador de serviços de reparo, descarregava de uma caminhonete uma escada e equipamentos, e um jardineiro cortava o gramado.
Continuei observando cada nova cena que se apresentava diante dos meus olhos, e fiquei a pensar, que a vida é igual em qualquer parte do mundo.
Aqui, a segurança ajuda, pois as casas não precisam de muros ou cercas, mas fora isso, a rotina é semelhante, cuidar dos filhos, apreciar a vida, trabalhar, enfim viver.
Por isso, tenho gosto por passeios assim, sair sem rumo, e apreciar a natureza e os hábitos do lugar, nunca me canso de fazer isso. Vou olhando tudo ao meu redor, e  minha imaginação fértil, vai criando uma história para cada pessoa que avisto.
Esse é um costume que me acompanha desde minha infância, quando pegava o trem acompanhada de minha mãe ou de minha avó, corria para me sentar na janela, e lá enquanto o vento fazia meu cabelo voar, minha imaginação se soltava junto, e viajava mais rápido que o trem, e ficava criando uma história para cada casa que avistava na beirada da linha do trem. Ah, os varais sempre foram uma fonte para minha alma viajar. Para cada peça de roupa estendida, eu criava um personagem.
Passaram-se muitos anos, desde aquela época, mas o hábito continua.


(Foto da autora- casa em Verona)

Lenapena
Enviado por Lenapena em 26/07/2012
Reeditado em 26/07/2012
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