EQUILÍBRIO
Há um fator a nortear a nossa existência que é inquestionável: somos seres movidos a sonhos. Tire-nos a liberdade de sonhar, imaginar, fantasiar... e estagnaremos em nossas ações; quiçá, a exemplo de Ló, viremos uma estátua, de feições alarmadas, no exato momento em que virarmos a cabeça para trás, numa desesperada tentativa de vislumbrar em que curva do passado o nosso sonho se permitiu ser sepultado. Sonhar... sonhar... sonhar... viajar por estradas sedutoras, inquietas, manipuladoras, assustadoras... viajar suave, com muito sonho e pouca bagagem!
Ao final da estrada, compondo a nossa história, espera-nos a derrota ou a vitória! Vencer... estaremos preparados? Perder... estaremos acostumados? E quando o sonho não acontece? E quando a realidade não foi sonhada? Como lidar com o tempo, com os resultados que teimam em fugir ao nosso controle?
Os sonhos não realizados... a gente até aceita!
A realidade não sonhada... a gente rejeita!
Somos seres eternamente vorazes e somente estamos preparados para sermos saudáveis, bonitos, inteligentes, ricos...
Não sabemos lidar com os ganhos; muito menos, com as perdas.
Deveríamos ser fracos na vitória e fortes na derrota, entretanto, frequentemente, observa-se o contrário: a vitória nos concede um ar de superioridade, prepotência e soberania sem limites; enquanto que a derrota nos faz descer ao chão, envergonhados, submissos, escravos robóticos de uma limitação que faz parte da essência humana, mas que é eternamente negada e não reconhecida. Deixamos escapar a oportunidade de sermos humildes gigantes nos momentos gloriosos e de nos agigantarmos e tirar o devido aprendizado nos momentos de fracasso.
Duas verdades sempre acontecerão, quer as aceitemos ou não: nem todos os sonhos serão realizados; nem toda a realidade instalada em nossas vidas foi sonhada! Precisamos ter a sabedoria e a maturidade necessária para lidarmos com as situações previstas e imprevistas; sabedores que as imprevistas acontecem com maior frequência em nossas vidas.
Portanto, só nos resta caminhar e equilibrar sobre esta frágil corda estendida sobre o precipício da vida de cada um de nós, à qual o Criador deu o nome de EXISTÊNCIA!
Alexandre Brito - 24/07/2012
(*) Imagem: Google